Jornal Correio Braziliense

Economia

Influenciada por NY, Bovespa fecha em forte alta de 5,49%

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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve um dia de forte recuperação nesta quinta-feira (18/09), influenciada pela recuperação na Bolsa de Nova York. Analistas também citaram a intervenção do Banco Central brasileiro no câmbio - que hoje chegou a R$ 1,94 - como um fator que melhorou o humor dos investidores. A "má notícia" é que a alta volatilidade deve ser a tônica dos negócios pelos próximos dias, pelo menos neste mês de setembro. O termômetro dos negócios da Bolsa, o Ibovespa, valorizou 5,48% e atingiu os 48.422 pontos. O giro financeiro foi bastante alto, de R$ 7,51 bilhões, acima da média de R$ 5 bilhões na média diária mensal. A Bolsa de Nova York, a principal referência externa para os investidores brasileiros, também viveu o seu dia de "montanha-russa": abriu em alta, caiu e recuperou novamente, perto da conclusão das negócios, valorizando 3,86%. O mercado americano foi animado por um possível plano do Tesouro dos EUA para evitar uma deterioração ainda maior do setor financeiro, com a possível criação de fundo, nos moldes do que já foi feito na década de 1980. O dólar comercial disparou 4,01% e bateu a cotação de R$ 1,943, o mais alto preço desde setembro de 2007. O mercado de câmbio não registrava uma disparada dessa ordem desde maio de 2006. A taxa de risco-país marca 325 pontos, em declínio de 12,39%. As bolsas de valores européias concluíram os negócios em queda ou apenas com altas modestas. Em Londres, o índice de ações FTSE cedeu 0,57%; em Paris, o índice Cac perdeu 0,94%, enquanto em Frankfurt, o Dax valorizou somente 0,04%. Pacote bilionário O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e mais cinco autoridades monetárias ofereceram mais de US$ 200 bilhões em empréstimos de emergência para deter a crise de confiança entre os bancos e que afeta a circulação de crédito mundialmente. A crise foi detonada pela quebra do Lehman Brothers, o quarto maior banco de investimentos dos EUA, gerando um ambiente de desconfiança generalizada no sistema financeiro global. O banco central americano já despendeu entre US$ 900 bilhões e US$ 1,5 trilhão para tentar deter os piores desdobramentos da crise financeira que abala a economia americana desde a segunda metade do ano passado, principalmente. Além das injeções de recursos bilionárias no sistema bancário, para evitar que a circulação de recursos entre os bancos congele, a autoridade monetária também tem feito esforços em resgatar instituições financeiras à beira ou em pleno estado falimentar, a exemplo do banco Bearns Stearns, no ano passado, ou da seguradora AIG, nesta semana. Inflação e Copom No front doméstico, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o IGP-M apontou inflação de 0,04%, em sua segunda leitura para o mês de setembro. No ano, o indicador acumula alta de 8,40% e, em 12 meses, a alta acumulada é de 12,24%. O Banco Central admitiu que a inflação ainda não apresentou uma melhora ´convincente´. A revelação faz parte da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, relativa à reunião da semana passada, em que a taxa de juros foi ajustada de 13% para 13,75%. Divulgada hoje, a ata mostra que, para a maioria dos diretores integrantes do Comitê, nem mesmo a desaceleração da economia mundial e seu impacto na economia brasileira podem garantir a manutenção da inflação dentro das metas.