Jornal Correio Braziliense

Economia

Petróleo fecha em ligeira alta, mas segue abaixo dos US$ 100

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O preço do petróleo fechou em ligeira alta nesta quinta-feira (18/09). O barril chegou a atingir US$ 102 durante o dia, mas voltou a ficar abaixo dos US$ 100 devido aos temores sobre o desempenho da economia mundial - o que poderia afetar a demanda. Mesmo assim, o preço subiu, depois de ter chegado perto dos US$ 90 nos últimos dias; os investidores viram o petróleo como uma proteção contra as turbulências no mercado financeiro. O barril do petróleo cru para entrega em outubro (cujos contratos expiram na segunda-feira), negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), encerrou o dia cotado a US$ 97,88, em alta de 0,74%. O preço máximo atingido durante o dia foi US$ 102,24 e o menor, US$ 95,73. "É curioso que os investidores vejam uma commodity como o petróleo, que pode subir e descer 40% em seis meses, como um investimento seguro", disse o presidente da consultoria de energia Ritterbusch and Associates, Jim Ritterbusch. Segundo ele, a expectativa de queda na demanda mundial deve voltar a prevalecer sobre a tendência dos últimos dois dias de alta. O preço atingiu o recorde de US$ 147,27 no dia 11 de julho, e desde então tem caído - com um breve intervalo quando da passagem do furacão Gustav, que fez o barril ir dos US$ 110 para os US$ 120. Injeção de recursos Hoje o mercado mostrou algum otimismo com o anúncio de seis dos principais bancos centrais do mundo de injetar até cerca de US$ 180 bilhões a fim de impedir uma crise de liquidez no sistema financeiro mundial. O Banco do Japão, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), o Banco Central Europeu (BCE), o Banco da Inglaterra, o SNB (Suíça) e o Banco do Canadá anunciaram hoje que devem injetar mais de US$ 200 bilhões para impedir que a crise de crédito fique mais acentuada. Nesta semana, o banco de investimentos Lehman Brothers pediu concordata, o Merrill Lynch foi vendido ao Bank of America e a seguradora AIG recebeu uma ajuda de US$ 85 bilhões do Fed para que não quebrasse. Mesmo assim, os sinais de incerteza no setor financeiro ainda inibe maiores movimentos de compra de papéis de bancos e empresas financeiras. A quebra do Lehman Brothers nesta semana, a venda do Merrill Lynch ao Bank of America e a ajuda do Fed à seguradora deixou os investidores assustados. Os investidores também acompanham a situação do banco de poupança e investimentos ("savings & loans") Washington Mutual e do banco de investimentos Morgan Stanley : o primeiro teria sido objeto de consultas da parte do governo a outras instituições financeiras sobre uma eventual aquisição; o segundo estaria buscando um comprador, e o Wachovia já teria manifestado algum interesse, segundo o diário americano The New York Times