A taxa de analfabetismo prosseguiu na trajetória de queda no país em 2007, mas o Brasil ainda está atrás de países como Bolívia e Paraguai nesse indicador, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), relativa ao ano passado, divulgada nesta quinta-feira (18/09) pelo IBGE. Em 2007, havia 14,1 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais de idade no país, com taxa de analfabetismo de 10%, ante 10,4% em 2006. Em 1992, a taxa era de 17,2%.
Apesar do novo recuo apurado na taxa no ano passado, o Brasil continua muito aquém de outros países da América Latina. Segundo dados de projeção da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para taxas de analfabetismo na América Latina em 2007, reunidos pelo IBGE, a taxa brasileira é superior à apurada em países como Bolívia (9,7%), Suriname (9,6%), Paraguai (6,3%), Argentina (2,4%) e Chile (3,5%), entre outros. Com taxas maiores que o Brasil estão outros sete países latino-americanos, como Haiti (37,9%), Guatemala (26,8%), Nicarágua (19,5%) e República Dominicana (10,9%).
A taxa de analfabetismo brasileira tem variações significativas entre as grandes regiões do país. Em 2007, chegava a 19,9% no Nordeste, enquanto não ultrapassava 5,4% no Sul. No Sudeste era de 5,7%, no Norte de 10,8% e no Centro-Oeste, de 8,1%. Houve diferença também, no ano passado, entre a taxa apurada para os homens (10,2%) e para as mulheres (9,8%).
Há também variações significativas entre as diversas faixas etárias. Enquanto na faixa etária da taxa oficial de analfabetismo (15 anos ou mais de idade) chegava a 10% em 2007, para a população de 25 anos ou mais, a taxa era bem superior, de 12,5%. Para a faixa de 10 a 14 anos era bem menor (3,1%). Em todas as faixas, o Nordeste liderava com taxas bem acima da média nacional.
População
A Pnad relativa ao ano passado confirmou a manutenção da tendência do envelhecimento populacional no país, além do aumento no número de pretos e queda no número de brancos. A população acima de 40 anos de idade aumentou 4,2% em 2007 ante o ano anterior, enquanto a população mais jovem, de zero a 14 anos, teve queda de 0,7%.
Segundo a Pnad, em 2007 as mulheres correspondiam a 51,2% (ou 97,2 milhões de pessoas) da população residente e os homens, a 48,8% (ou 92,6 milhões). Em 2006, a distribuição por sexo na população residente apontava 51,3% de mulheres e 48,7% de homens, ou seja, praticamente não houve alteração de um ano para o outro.
No que diz respeito à raça, a Pnad mostra que a população preta passou de 6,9% do total da população brasileira em 2006 para 7,4% em 2007, com aumento, em números absolutos, de 1,2 milhão de pretos. Houve aumento, no período, no porcentual de pretos nas populações do Nordeste (7,8% para 8,5%), Sudeste (7,7% para 8,4%), Sul (3,6% para 4,3%) e Centro-Oeste (5,7% para 6,6%). O único recuo ocorreu no Norte (6,2% para 5,5%).
A população branca passou de 49,7% em 2006 para 49,4% em 2007, sendo que as maiores quedas ocorreram nas regiões Sul (79,6% para 78,7%) e Centro-Oeste (43,0% para 41,1%).