A maior parte dos diretores do Banco Central acredita que a inflação ainda não apresentou melhora suficiente para justificar um aumento menor da taxa de juros. A informação faz parte da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). Na semana passada, o BC aumentou a taxa básica de juros de 13% para 13,75% ao ano. A decisão não foi unânime: cinco diretores votaram por esse aumento; outros três queriam uma alta menor, de 0,5 ponto percentual.
Para a maior parte do Copom, nem mesmo a desaceleração da economia mundial e seu impacto na economia brasileira podem garantir a manutenção da inflação dentro das metas.
"Parte do Comitê avalia que, desde a última reunião, acumularam-se sinais de acentuada deterioração da atividade nas economias centrais, acarretando certa melhora nas perspectivas inflacionárias globais, em parte em função da queda dos preços de commodities", diz a ata.
Para esses três diretores, esse cenário teria possíveis impactos "contracionistas", inclusive por meio da redução do crédito. Esses fatores, somados aos efeitos defasados do aumento dos juros desde o início do ano, ajudariam a reduzir os riscos inflacionários.
Segundo o BC, "esses membros do Copom consideraram que seria "mais apropriado", já neste momento, elevar a taxa básica em 50 ponto.
Mas essa não foi a avaliação da maioria. "A maioria do Comitê, entretanto, considera neste momento que, em que pese a deterioração das perspectivas para o crescimento econômico mundial, os riscos para a materialização de um cenário inflacionário benigno no país não apresentaram ainda melhora suficientemente convincente.".
De acordo com a ata, esses membros do comitê avaliam que não se acumularam até o momento sinais consistentes de redução do descompasso entre o ritmo de expansão da demanda e da oferta.
Para eles, "a ancoragem das expectativas à trajetória de metas precisaria ser reforçada", por isso, o aumento de 0,75 ponto.