A ajuda do banco central americano, o Federal Reserve, à seguradora AIG, uma das maiores do planeta, permitiu um momento muito curto de alívio para o mercado financeiro nesta quarta-feira (17/09). A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) já desaba logo nos primeiros negócios desta quarta-feira. E o câmbio mostra o quanto o investidor global ainda continua bastante avesso a risco: a cotação bate a casa dos R$ 1,84, a mais alta desde setembro de 2007.
Analistas já fizeram ressalvas à operação de "resgate" da AIG. "Não há razão para se pensar que o pior já passou, como os 18 mais recentes meses têm mostrado. Mas há um alívio inegável. E expectativa de mais movimentações no sistema bancário dos EUA, Japão e Europa", avaliou o economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, em comentário sintético sobre a operação distribuído nesta manhã.
O termômetro dos negócios da Bolsa paulista, o Ibovespa, retrocede 2,38% e alcança os 48.055 pontos. Ontem, a Bolsa fechou em alta de 1,68%. O dólar comercial é cotado a R$ 1,847 na venda, com avanço de 1,26% sobre a taxa de ontem.
O Fed anunciou ontem à noite o pacote de auxílio financeiro à AIG, o que provocou imediata reação nas Bolsas asiáticas e européias. Em Tóquio, a Bolsa local fechou com alta de 1,21%, recuperando parte das perdas de terça-feira, quando o índice Nikkei teve seu pior tombo em três anos. Em Seul, as ações subiram 2,70%. Na Europa, a Bolsa londrina valoriza 0,28%. A Bolsa francesa, no entanto, tem leve queda de 0,02%, enquanto a Bolsa de Frankfurt cede 0,59%.
Ontem à tarde, os investidores na Bolsa de Nova York haviam voltado a comprar ações, ainda sob efeito de rumores de uma possível ajuda do Fed à AIG. Essa recuperação foi acompanhada pela Bovespa, que teve o que analistas chamam de "rally" (corrida) de compras nas últimas horas do pregão.
O boato de mercado foi confirmado poucas horas depois do encerramento dos negócios, quando o Fed anunciou um pacote de ajuda financeira à gigante americana do setor de seguros, mais uma grande instituição financeira "vitimada" pela crise dos créditos "subprimes".
"O Fed determinou que, nas atuais circunstâncias, uma concordata do AIG poderia somar ao já bastante fragilizado mercado financeiro e elevar substancialmente os custos de empréstimos", justificou o banco central americano, em comunicado oficial.