As Bolsas de Valores russas tiveram nesta terça-feira (16/09) a sua maior queda desde a crise de 1998, fazendo com que as suas operações fossem suspensas várias vezes durante o dia. O recuo também obrigou o governo a colocar mais de US$ 18 bilhões nos mercados.
O índice Micex se desvalorizou em 17,45%. Já o índice RTS teve queda de 11,47%. As quedas foram atribuídas às incertezas em relação aos mercados financeiros globais e à queda do preço do petróleo, com os bancos e as empresas de energia sendo os mais afetados.
Depois de anunciar a ajuda de US$ 18,62 bilhões, o primeiro-ministro Vladimir Putin afirmou que "não há dúvidas de que as preocupações [que tomamos] serão operacionais" e que o país "sobreviverá aos atuais percalços no cenário econômico mundial", segundo a agência russa Itar-Tass. Ele disse ainda que o Ministério das Finanças injetará mais dinheiro hoje nos mercados.
Para o chefe da corretora Uralsib Financial, Oleg Vorotnitsky, existem problemas de liquidez no mercado. "As pessoas estão tendo dificuldade em refinanciar as suas posições, então elas começam a vender," disse.
Por causa do conflito entre o país e a Geórgia e a desvalorização na cotação do petróleo, os mercados russos têm sofrido desde o início do mês de julho, com vários investidores estrangeiros retirando dinheiro das Bolsas. Na semana passada, o ministro das Finanças, Alexei Kudrin, disse que o país estudava usar dinheiro de seu fundo soberano e de reservas do fundo estatal de pensão em apoio aos mercados financeiros.
Segundo banqueiros do país, a Rússia sofre sua pior crise desde o calote de 1998, com saída de capital estimada em US$ 20 bilhões desde julho.