A produção no pólo pré-sal em 2017 deverá ficar próxima de 1,2 milhão de barris/dia em 2017, com a entrada em produção de 11 platafomas de produção - das quais três unidades-piloto. O gerente de Exploração e Produção para os projetos da área pré-sal, José Formigli, evitou fazer projeções sobre o volume que a empresa considera em seu planejamento, mas lembrou que as novas unidades, cuja contratação de dez delas foi anunciada ontem, terão exatamente essa capacidade.
O executivo destacou, em palestra na Rio Oil & Gas, que a projeção para 2017 poderá ser apenas uma "passagem", já que a estatal vislumbra a possibilidade de ter produção muito mais elevada no futuro."Temos condições de aumentar a produção rapidamente", afirmou.
Cada plataforma do tipo FPSO (que produz, estoca e escoa petróleo) tem capacidade instalada para 120 mil barris/dia de produção. Os três modelos que serão instaladas como unidades-piloto terão mais 100 mil barris/dia de capacidade cada. Ao mesmo tempo, Formigli lembrou que existe um declínio natural dos campos de produção, que procuram ser minimizados pela Petrobras.
Se esse volume estimado se confirmar, representará mais da metade da atual produção da Petrobras, de 1,885 milhão de barris/dia, segundo dados de agosto.
Ao mesmo tempo, a produção de gás natural poderia alcançar 53 milhões de metros cúbicos/dia no pólo pré-sal no mesmo período, volume em patamar semelhante à produção atual de gás da Petrobras, de 52,7 milhões de metros cúbicos/dia.
Projeção oficial
O número oficial da Petrobras, com a projeção de produção para o pré-sal em 2017, só será conhecido a partir da divulgação do novo Plano Estratégico da companhia, previsto para outubro.
Formigli disse ainda que, dos 5 bilhões a 8 bilhões de petróleo e gás natural estimados como volume recuperável para a área de Tupi, projeta-se que 20% são relativos a gás. Ele confirmou que a estatal estuda fazer unidades flutuantes de regaseificação (GNL) próximas às plataformas que irão operar no pré-sal em função da dificuldade de escoamento do insumo energético.
"Além disso, instalar gasodutos próximos à costa é muito complicado, há dificuldades ambientais. Aliás, a Petrobras está tentando diminuir cada vez mais a quantidade de gasodutos em terra devido a esses empecilhos", observou.
Ele acrescentou ainda que a disponibilidade de gás para cada barril de petróleo constatada na bacia de Santos é o dobro do verificado na bacia de Campos.
Camadas ultraprofundas
Os desafios tecnológicos que surgem com a exploração em camadas ultra-profundas na região do pré-sal não serão barreiras ao desenvolvimento desses projetos, garantiu Formigli. A Petrobras avalia reinjetar gás carbônico retirado das rochas da região pré-sal na própria produção local, diante de indicações de que esse processo melhora a viscosidade do óleo. Formigli destacou ainda que mais de 50% dos custos de exploração no pré-sal serão relativos à construção dos poços exploratórios.
"Temos histórico coerente com nosso planejamento. Por isso, acreditamos que podemos colocar em produção de forma rápida esses projetos no pré-sal", completou Formigli.