O preço do petróleo fechou em baixa nesta terça-feira (16/09), depois de tocar o patamar de US$ 90, que já não se via desde o início deste ano. A crise no setor financeiro tem afetado a confiança na economia dos EUA, levando, assim, a expectativas de redução de demanda - o que se viu nos dados divulgados hoje pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
O barril do petróleo cru para entrega em outubro, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), encerrou o dia cotado a US$ 91,15 (baixa de 4,76%). O preço máximo atingido hoje foi US$ 94,32 e o mínimo, US$ 90,51.
"As pessoas estão deixando as commodities e procurando investimentos mais seguros", disse o corretor Andy Lebow, da MF Global.
A Opep revisou para baixo a previsão de crescimento da demanda mundial de petróleo. Para este ano, o cartel prevê que a demanda de petróleo ficará em torno dos 86,79 milhões de barris diários, um crescimento de 1,02% a respeito de 2007, mas cerca de 12% a menos que o estimado há um mês.
"Se a turbulência continuar, a demanda vai cair", disse o diretor da Hudson Capital Energy, Jonathan Kornafel. "Ha um certo pânico nos mercados." Ontem, o banco de investimentos Lehman Brothers entregou à Corte de Falências de Nova York um pedido de proteção sob o capítulo 11 da legislação americana que regulamenta falências e concordatas no país. Além disso, a seguradora AIG enfrenta problemas para encontrar recursos a fim de reforçar seu caixa.
"A AIG tem hoje mais a ver com o preço do petróleo que os sauditas", disse à Reuters o analista Larry Grace, da Kim Eng Securities.
O forte retrocesso no preço do petróleo e dos combustíveis também ocorreu apesar do corte de produção da commodity e de gás natural no golfo do México após a passagem dos furacões Gustav e Ike e de ataques de rebeldes a oleodutos na Nigéria.