O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, disse nesta segunda-feira (15/09) que o povo americano pode confiar na solidez do sistema financeiro americano e que nunca considerou apropriado usar dinheiro dos contribuintes para salvar o banco de investimentos Lehman Brothers.
Paulson disse que não considera uma decisão fácil colocar em risco dinheiro dos americanos para salvar uma companhia privada. "Risco moral é algo que eu não considero fácil de assumir", disse Paulson. Ele acrescentou que o governo intervir para salvar uma empresa privada, isso encoraja outras empresas a se envolverem em comportamento de risco.
"Nunca considerei que fosse apropriado colocar dinheiro do contribuinte na linha para resolver problemas do Lehman Brothers", afirmou o secretário.
Desde sexta-feira, Paulson participou de três dias de negociações no Federal Reserve de Nova York (uma das 12 divisões regionais do Fed, o BC americano), nas quais manteve a posição de não envolver recursos públicos para resolver a crise do Lehman.
Na manhã de hoje, o banco entrou com o pedido de proteção sob a legislação de falências e concordatas no Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York. O banco informou que nenhuma das corretoras subsidiárias e outras empresas ligadas ao grupo está no pedido e continuarão a operar. Segundo o banco, os clientes do banco e das subsidiárias podem continuar a operar ou efetuar outras ações em suas contas.
A diretoria do Lehman autorizou o pedido à corte de falências a fim de proteger seus ativos e maximizar valor, segundo comunicado, que diz ainda que o banco deve tomar outras medidas para continuar a gerenciar suas operações --como pedidos de pagamentos de salários e outros benefícios a seus empregados.
Com a situação crítica do Lehman, outras instituições financeiras correram para salvar outro banco tradicional de Wall Street, o Merrill Lynch: o Bank of America comprou o Merrill por cerca de US$ 50 bilhões, consolidando ainda mais sua posição de gigante reforçada já por uma série de compras anteriores que incluem o banco hipotecário Countrywide Financial.
Bank of America, Barclays, Citibank, Credit Suisse, Deutsche Bank, Goldman Sachs, JP Morgan, Merrill Lynch, Morgan Stanley e UBS concordaram cada um em ceder US$ 7 bilhões cada para "ajudar a elevar a liquidez e diminuir a volatilidade e outros desafios que afetam a economia global".