Apostar na vaidade dos brasileiros é bom negócio. Para o setor de vendas diretas, isso não é novidade. Com um exército de 1,8 milhão de revendedores porta a porta, o segmento comemora no primeiro semestre deste ano crescimento de 11% em comparação ao mesmo período de 2007. Não é à toa. Nos primeiros seis meses do ano, o número de revendedoras trabalhando no setor teve alta de 15,69%. Para quem quer garantir uma economia extra, a alternativa se torna cada vez mais atraente. O representante autônomo consegue manter um lucro de pelo menos 30% com as vendas de cosméticos e produtos de beleza.
A boa notícia é que tornar-se consultor não é difícil. As empresas costumam impor poucas restrições. A maioria exige apenas que os interessados sejam maiores de 18 anos e não tenham seu nome incluído em serviços de proteção ao crédito. No entanto, algumas, como a Amway e a Racco, também pedem que o novo revendedor seja indicado por alguém que já trabalha com os produtos da empresa.
Para começar a vender, após se cadastrarem, os consultores precisam comprar kits com mostras dos produtos da empresa com a qual vão trabalhar. As companhias oferecem kits que variam de R$ 39, caso da Jequiti, a R$ 193,60, na Natura.
"Não há exclusividade no setor. O revendedor pode trabalhar com quantas empresas quiser. Sua margem de lucro média costuma ficar entre 25% a 30%", afirma Lírio Cipriani, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD).
Crescimento de 15,69%
Nos primeiros seis meses do ano, o número de revendedores cresceu 15,69% no país. Segundo a ABEVD, cerca de 40% dos trabalhadores do setor já vivem exclusivamente da atividade. Os outros, assim como a gerente Susy Lee Sulzbeck, de 45 anos, usam as vendas para incrementar a renda.
"Vendo para amigos e para a família. Em média, ganho R$ 150 por mês, mas, se pudesse, me dedicaria apenas a isso. É bem mais divertido do que ir ao escritório. É muito gostoso", brinca ela.