Os trabalhadores da Volkswagen e da Ford de Taubaté, no Vale do Paraíba (SP), aprovaram neste domingo (7/09), por unanimidade, em assembléia realizada na sede do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, a proposta das montadoras de 11,01%.
A proposta foi fechada depois de 12 horas de negociações, que se iniciaram às 15 horas de sexta-feira (5/09) e terminaram às 4h de sábado (6/09), repõe a inflação de 7,15% e dá aumento real de 7,15%, além de um abono de R$ 1,45 mil, a ser pago no dia 22.
"Se incorporarmos o abono, pela média mensal, chegamos a um aumento real de 5%", diz o presidente do sindicato, Isaac do Carmo. A categoria considera esse aumento real como uma conquista histórica. Carmo afirmou que a mobilização dos trabalhadores foi fundamental para que isso ocorresse.
Para ele, a proposta aproxima-se da lógica que era considerada pelos trabalhadores nas negociações. "De 2000 para cá, o melhor aumento real que tivemos foi de 4,4%, em 2004, mas a média foi de 3%", disse.
Com o acordo, segundo ele, está afastada a possibilidade de greve nas montadoras, que reúnem cerca de 7,1 mil trabalhadores. Amanhã (08), serão reiniciadas as negociações com o setor de autopeças, com boas chances de acordo. "Nossa meta é conseguir os mesmos 11,1% para os demais setores", afirmou Carmo
Em São José dos Campos (SP), amanhã, às 5h30 será realizada assembléia na entrada do primeiro turno da General Motors (GM), que, na semana passada, parou por 24 horas. As assembléias repetem-se na entrada do segundo turno.
Embora considere que a proposta patronal tenha avançado, o Sindicato dos Metalúrgicos local, filiado à Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), também quer ver o abono incorporado ao salário.
Caso os trabalhadores não aprovem a proposta, o sindicato pretende apelar para uma negociação direta com a empresa, longe do Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea). "Não podemos apostar no confronto", disse o diretor-sindical, José Mendonça.