Os números de despejos e de hipotecas com atraso nos EUA atingiram níveis recorde no segundo trimestre, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela Associação de Bancos de Hipoteca (MBA, na sigla em inglês). Segundo a associação, a parcela de imóveis com hipotecas com ao menos um pagamento em atraso atingiu a marca recorde de 6,41%, contra 6,35% no primeiro trimestre do ano.
Já o número de novos processos de execução de hipoteca atingiu 1,19% do total, ficando acima da marca de 1% pela primeira vez nos 29 anos em que a pesquisa é feita. O total de imóveis em algum estágio do processo de execução de hipoteca ficou em 2,75%.
O aumento na inadimplência foi impulsionado por aumentos no número de pagamentos em atraso há pelo menos 90 dias, principalmente na Califórnia e na Flórida.
A crise no setor imobiliário americano, agravada desde o ano passado pela crise das hipotecas "subprime" (de maior risco), já provocou perdas de bilhões de dólares a bancos como Citigroup e UBS, além de ter afetado os resultados das duas gigantes do setor hipotecário nos EUA, Fannie Mae e Freddie Mac.
No mês passado, a Fannie Mae anunciou um prejuízo de US$ 2,3 bilhões no segundo trimestre deste ano, mais de três vezes maior do que o esperado pelos analistas. A Freddie Mac também teve um prejuízo acima do esperado no trimestre, com perdas de US$ 821 milhões.
As duas empresas detêm ou garantem cerca de US$ 5,2 trilhões de créditos hipotecários, ou seja cerca de 50% do fluxo do crédito imobiliário americano.
"No trimestre, a maior parte dos Estados viu relativamente pouca mudança. A Califórnia e a Flórida juntas responderam por 39% de todos os despejos no país no trimestre passado", disse o economista-chefe da MBA, Jay Brinkmann.