Jornal Correio Braziliense

Economia

Dieese aponta que reajuste ainda não recupera renda do trabalhador

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Apesar da melhora observada nas negociações salariais nos últimos anos, o ganho real alcançado ainda não foi suficiente para recuperar a renda média do trabalhador registrada em 2002. A avaliação foi feita nesta quinta-feira (04/09) pelo economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) do Rio de Janeiro, Jardel Leal. O supervisor do Dieese no estado, Paulo Jager, acrescentou que, para que o trabalhador tenha um ganho real, é importante não interromper o crescimento da economia. Aumento de juros e arrocho da política monetária são muito ruins, disse. Ele acredita que, no segundo semestre, quando ocorre o novo período de acordos salariais, de setembro a novembro, deverá melhorar o patamar das negociações, porque os resultados das empresas, generalizadamente, são muito bons. Segundo ele, a redução do desemprego no país ainda é localizada e não se pode dizer que contribuiu para aumentar o poder de barganha dos trabalhadores nas negociações por reajustes salariais, no primeiro semestre. Pelos estudos do Dieese, ainda há regiões metropolitanas que apresentam patamar elevado de desemprego, de até 15%. É muito alto. Ainda tem muita pressão sobre a oferta de trabalho. Isso faz com que o nosso mercado de trabalho precise de um crescimento de 4% a 5% para a gente começar a sentir uma diferença generalizada. Em contrapartida, de acordo com Jager, falta pessoal em algumas categorias. A avaliação em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país, mostra que os ganhos reais obtidos pelos trabalhadores, nas negociações por reajustes de salários, estão bem abaixo do crescimento da economia. O PIB está crescendo na faixa de 4,5% a 5% e os ganhos reais estão na faixa de 1%. Eles não estão andando na mesma velocidade", afirmou.