Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas européias caem com previsões de desempenho econômico fraco na UE

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As bolsas européias fecharam em baixa nesta quinta-feira (4/09). As expectativas de um crescimento econômico menor na zona do euro - e na União Européia (UE) como um todo - afetou a confiança dos investidores hoje, especialmente depois das declarações do presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet. A Bolsa de Londres caiu 2,50%, para 5.362,10 pontos; a Bolsa de Paris despencou, com uma queda de 3,22%, fechando com 4.304,01 pontos; a Bolsa de Frankfurt teve perda de 2,91%, indo para 6,279.57 pontos; a Bolsa de Milão caiu 2,79%, para 21.736 pontos; a Bolsa de Amsterdã caiu 2,25%, para 397,17 pontos; e a Bolsa de Zurique teve baixa de 2,37%, fechando com 7.084,65 pontos. Trichet disse hoje que o BCE prevê agora uma reativação econômica no zona do euro de 1,1% a 1,7% em 2008. O banco tinha previsto em junho que o crescimento da zona do euro neste ano seria de 1,5% a 2,1%. "A incerteza envolvida nesse cenário para a atividade econômica é particularmente alta na atual conjuntura", disse o presidente do BCE --que ainda destacou o efeito negativo que a inflação pode ter sobre investimentos e gastos do consumidor. A taxa anualizada da inflação na zona do euro desacelerou em agosto para 3,8%, contra 4% em julho, segundo dados da Eurostat, a agência de estatísticas do bloco europeu. O BCE manteve hoje a taxa de juros na zona do euro em 4,25%. A economia da zona do euro se contraiu em 0,2% no segundo trimestre de 2008, em comparação aos primeiros três meses do ano. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê neste ano um crescimento de 1,3% para a região, abaixo do 1,7% da projeção anterior. Além disso, as perdas em Wall Street também afetaram a disposição dos investidores para permanecer no mercado. O Departamento do Trabalho informou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA subiu em 15 mil, totalizando 444 mil solicitações - resultado que elevou os temores sobre a situação da economia americana. A expectativa dos analistas era de que os pedidos tivesse caído para 420 mil. Também não animou os investidores a notícia de que a rede varejista Wal-Mart Stores registrou um crescimento de 3% em suas vendas nas mesmas lojas (abertas há pelo menos um ano) nos EUA. Caíram as vendas, entre outras, nas redes Abercrombie & Fitch (-11%); Pacific Sunwear (-6%); Saks (-5,9%); e Nordstrom (-7,9%). Os resultados também sinalizaram um terceiro trimestre de ritmo fraco da economia --uma vez que o consumo responde por cerca de 70% de toda a atividade econômica dos EUA. Amanhã (5/09) o Departamento do Trabalho deve divulgar seus dados sobre novas vagas e a taxa de desemprego referentes a agosto. A expectativa dos analistas é de uma eliminação de 75 mil postos de trabalho no país e uma taxa de desemprego de 5,7%. Em julho foram fechados 51 mil postos de trabalho, enquanto a taxa de desemprego subiu para 5,7%.