O índice de inflação atrelado à leitura dos gastos dos consumidores nos EUA em julho teve alta de 4,5%, na comparação com o mesmo período em 2007. Foi o maior avanço desde fevereiro de 1991. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (29/08) pelo Departamento do Comércio.
Os gastos do consumidor no mês passado tiveram um ligeiro aumento, de 0,2%; já a renda dos americanos teve queda de 0,7%. Os gastos ficaram dentro do esperado, mas a renda recuou para o menor nível em quase três anos e superou em muito o esperado pelos analistas, que previam recuo de 0,1%.
Parte significativa desse aumento de preços se deveu aos avanços nos preços dos alimentos e da energia. O preço do galão (3,785 litros) da gasolina no país chegou ao recorde de US$ 4,114 no mês passado, impulsionado pelo avanço do petróleo, que chegou a US$ 147,27 por barril.
Em junho, os preços haviam registrado alta de 4% na comparação com junho de 2007.
No segundo trimestre, os gastos dos consumidores cresceram 1,7%, contra um dado inicial de 1,5%; no primeiro trimestre, houve uma alta de 0,9% (esses gastos contribuíram com 1,24 ponto percentual no PIB).
Segundo analistas, os dados refletem o fim do envio de cheques aos contribuintes, dentro do pacote de estímulo à economia, de US$ 168 bilhões, aprovado em fevereiro deste ano, a fim de evitar uma recessão. Os cheques começaram a ser enviados em abril. Com o fim dos envios de cheques, o consumo deve diminuir --e o consumo é um fator crucial na economia americana, respondendo por cerca de 70% de toda a atividade econômica do país.
Desde o ano passado, a economia americana entrou em um processo significativo de desaceleração, devido às crises nos mercados imobiliário, de crédito e de hipotecas de risco (chamadas de "subprime").