O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (28/08) que o governo não pode dar início aos gastos dos recursos do pré-sal sem definir como será sua exploração.
"Se os recursos do pré-sal forem aquilo que imaginamos, o Brasil dentro de alguns anos se transformará em um grande produtor de petróleo. Não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar essa imensa riqueza. Não é porque tiramos bilhete premiado que vamos sair por aí gastando dinheiro que ainda não temos. O pré-sal é o passaporte para o futuro", afirmou, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
Lula disse que vai receber, em setembro, sugestões elaboradas pela comissão do governo que analisa o pré-sal com diferentes modelos para sua exploração. "O Brasil não quer ser um mero exportador de óleo cru. Ao contrário, queremos construir no país uma indústria produtiva que agregue valor aqui dentro e exporte os derivados", disse.
O presidente reiterou que a prioridade dos gastos do governo com os recursos extraídos do pré-sal serão a educação e o combate à pobreza. "Nossa Constituição diz que as reservas de petróleo são da União. Não podemos perder isso de vista. Seu fruto deve beneficiar, em primeiro lugar, o povo brasileiro. Sua prioridade deve ser a educação e a miséria ainda existente nesse país. Trata-se de debate muito importante que interessa de perto todos os brasileiros", defendeu.
Inflação e apagões
Ao fazer um balanço do cenário econômico nacional, Lula assegurou que o governo não vai permitir o retorno da inflação ou mesmo os "apagões" no setor de energia. "O governo lançou no início do ano passado o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. Nessa área, temos muito o que comemorar. A oferta de energia elétrica está garantida. A turma do contra que me desculpe, mas não haverá apagão no Brasil."
No que diz respeito à inflação, Lula disse que "em hipótese alguma" o governo vai permitir a irresponsabilidade fiscal no país. "Também conquistamos a estabilidade monetária. Em hipótese alguma permitiremos a volta a inflação e a irresponsabilidade fiscal nesse país. E continuaremos nos esforçando para melhorar ainda mais o ambiente econômico", afirmou. Pobreza e desigualdades.
Lula também comemorou o desenvolvimento econômico aliado ao social, além de ressaltar que o governo mantém como sua meta o combate à pobreza e redução das desigualdades. "Crescimento econômico com inclusão social, redução das desigualdades regionais, com base no amplo mercado de massa. Essa é outra conquista que veio para ficar", disse.
No discurso aos integrantes do CDES, o presidente afirmou que o crescimento brasileiro "não é um vôo de galinha", mas uma "águia que descobriu que pode voar mais alto do que ela estava acostumada a voar".
Minuto de silêncio
Antes de discursar para os membros do CDES, o presidente Lula pediu um minuto de silêncio em memória do empresário e banqueiro Olavo Egydio Setubal, presidente do conselho de administração da Itaúsa - holding que controla o Itaú. Olavo Setubal morreu por volta das 8h15 desta quarta-feira (27/08), aos 85 anos, de insuficiência cardíaca, no Hospital Sírio-Libanês, na cidade de São Paulo. Deixa a mulher, Daisy Setubal, e os filhos Paulo, Maria Alice, Olavo Jr., Roberto, José Luiz, Alfredo e Ricardo, noras e 19 netos.