Com a arrecadação de impostos batendo recorde neste ano, em apenas sete meses, o superávit primário (economia para pagar os juros da dívida) do governo federal cresceu 43,2% e chegou a R$ 68,43 bilhões. O valor supera a meta do governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência) para o ano todo, de R$ 63,4 bilhões.
O superávit primário é a diferença entre as receitas líquidas do governo e as despesas, sem considerar os gastos com os juros da dívida.
Nos sete primeiros meses de 2008, as receitas líquidas subiram 17,67%, para R$ 335,3 bilhões, impulsionadas pela arrecadação de impostos, que cresce em um ritmo equivalente ao dobro do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país).As despesas do governo subiram 11,81%, para R$ 266,8 bilhões.
Desaceleração
O superávit primário acumulado até julho pelo governo central equivale a 4,19% do PIB estimado para o período. Houve uma desaceleração, nessa comparação, em relação ao resultado de janeiro a junho, que representava 4,41% do PIB. Em 12 meses, o resultado acumulado é de R$ 78,46 bilhões, o equivalente a 2,86% do PIB.
A meta do governo central para o ano de 2008 é de 2,2% do PIB, mais 0,5% do PIB para o Fundo Soberano, um total de R$ 77,6 bilhões (2,7% do PIB).
Resultado de julho Somente no mês de julho, o superávit primário foi de R$ 7,065 bilhões. O resultado do mês se deve, principalmente, ao Tesouro Nacional, que teve um superávit de R$ 9,3 bilhões. O BC e a Previdência, por outro lado, tiveram déficit de R$ 53,2 milhões e R$ 2,2 bilhões, respectivamente.
As receitas líquidas subiram de R$ 46,8 bilhões para R$ 53,58 bilhões na comparação entre junho e julho. Já as despesas do governo subiram de R$ 38,8 bilhões para R$ 46,5 bilhões.
Nesta quarta-feira, será divulgado o superávit primário do setor público, que também inclui as contas dos Estados, municípios e estatais. A meta, nesse caso, é de 4,3% do PIB, sendo 0,5% destinado ao Fundo Soberano do Brasil.