A dívida pública federal interna em títulos públicos recuou em julho, depois das altas registradas nos dois meses anteriores. Apesar disso, houve uma piora no perfil da dívida, já que o governo aumentou a emissão de papéis indexados à taxa básica de juros (Selic).
O valor da dívida interna caiu de R$ 1,247 trilhão em junho para R$ 1,204 trilhão no final do mês passado, uma queda de 3,44%.
A redução foi motivada pela recompra de títulos promovida pelo governo, que foi de R$ 57,5 bilhões no mês. O valor se refere à diferença entre emissões de R$ 33,3 bilhões e resgates de R$ 90,8 bilhões.
O efeito dos resgates só não foi maior por causa da apropriação de juros no valor de R$ 14,6 bilhões no mês.
Dívida externa
A dívida pública externa caiu 2,70% no mês, para R$ 93,5 bilhões (US$ 59,7 bilhões). A redução se deve ao cancelamento dos títulos recomprados no terceiro bimestre do ano e à valorização do real em relação às moedas internacionais que compõem a dívida. A dívida pública total em títulos, que inclui também a externa, passou de R$ 1,343 trilhão em junho para R$ 1,297 trilhão em julho, uma queda de 3,39%.
O Plano Anual de Financiamento (PAF) prevê que a dívida pública federal total irá fechar este ano entre R$ 1,480 trilhão e R$ 1,540 trilhão.
Custo
A alta da taxa Selic, que já subiu neste ano de 11,25% a.a. para 13% ao ano, aumentou o custo da dívida. Nesse caso, houve impacto também da inflação, já que parte dos títulos do governo está indexada a índices de preços.
O custo médio da dívida interna aumentou de 14,20% ao ano em junho para 14,45% a.a. em julho, devido à maior variação da taxa Selic e do IGP-M.
No acumulado dos últimos 12 meses, o custo médio aumentou de 12,91% ao ano para 13,11% a.a., puxado pela maior variação dos índices de preços na comparação entre julho de 2007 e 2008.
Perfil
Piorou também o perfil da dívida. A parcela de títulos prefixados na dívida interna caiu de 34,77% em junho para 30,88% em julho, devido ao resgate líquido de R$ 65,7 bilhões desses papéis.
A participação dos indexados à taxa Selic aumentou de 34,46% em maio para 36,82% em julho, devido à emissão líquida de R$ 9 bilhões no mês.
A parcela dos títulos remunerados por índices de preços, por sua vez, subiu de 27,90% para 29,47%.
O volume de títulos em poder público com vencimento em até 12 meses caiu de 27,41% para 25,24%.
O prazo médio da dívida interna subiu de 39,07 meses para 41,33 meses. No caso da dívida total, passou de 41,28 meses para 43,41 meses (a meta para o ano é ficar entre 42 meses e 46 meses).