Nem a recente desaceleração nos preços dos alimentos aliviou o peso dos reajustes dos últimos meses no bolso dos brasilienses. Desde o início do ano, o valor gasto pelo morador da capital federal para se alimentar aumentou 10,15%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), divulgado nesta terça-feira (19/08) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A alta é quase duas vezes superior à inflação registrada em Brasília entre janeiro de 2008 e a segunda quinzena deste mês, de 5,52%. No mesmo período de 2007, os índices estavam em 6,45% e 3,07%, respectivamente. De todos os sete grupos de produtos e serviços pesquisados pela FGV no Distrito Federal, todos estão mais caros neste ano.
Mas assim como vem ocorrendo no restante do país, os reajustes começam a dar sinais de que darão uma trégua para o orçamento do brasiliense. Na segunda semana deste mês, a inflação caiu em seis das sete capitais pesquisadas pela FGV. No DF, é a quarta semana consecutiva de desaceleração. Os alimentos, os vilões do primeiro semestre, são os principais responsável pela diminuição da pressão. ;Depois de vários choques consecutivos em produtos mais essenciais, agora eles começam a cair porque entramos em um período de safra no Hemisfério Norte. Pelo menos até setembro devem contribuir para diminuir a inflação, depois não sabemos, porque o estoque continua baixo e a demanda mundial, em alta;, afirma o coordenador do IPC-S, André Braz.
Apesar dos aumentos acumulados ao longo do ano, a desaceleração de preços nas últimas semanas beneficiou os principais produtos da mesa do brasiliense. O reajuste do arroz branco passou de 3,13% para 0,77% entre a primeira e a segunda semana de agosto. Os panificados e biscoitos, de 1,63% para 0,68%. Em alguns deles foi registrada deflação na semana passada. O preço do feijão carioquinha, que nos primeiros sete dias do mês caiu 0,33%, diminuiu 4,30% no período seguinte. A deflação das hortaliças e legumes passou de 1,35% para 3,59%. E as carnes bovinas, que apresentavam inflação de 1,8% no início de agosto, registraram deflação de 0,2% ao fim da primeira quinzena.
Por outro lado, as maiores influências positivas para elevar a inflação na capital na segunda quinzena de agosto vieram do reajuste das tarifas de telefone fixo residencial (2,03%), do aluguel residencial (0,61%), das mensalidades de cursos de língua estrangeira (3,40%), dos valores pagos em restaurantes (0,96%) e das tarifas de passagens aéreas (1,28%).