As bolsas americanas fecharam novamente em queda nesta terça-feira, atingida por más notícias no setor imobiliário e pela alta da inflação no atacado. O Dow Jones Industrial Average, principal indicador da Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês), caiu 1,14%, aos 11.348 pontos, e o S 500 teve recuo de 0,93%, a 1.266 unidades. Na Bolsa tecnológica Nasdaq, o índice Nasdaq Composite perdeu 1,35%, para 2.384 pontos.
O Departamento do Trabalho informou hoje que os preços no atacado nos EUA subiram 1,2% em julho, com um aumento de 0,7% no núcleo do índice (que exclui os preços de alimentos e energia). O dado preocupou o mercado financeiro, porque, embora o índice geral tenha recuado diante dos resultados de junho e maio (1,8% e 1,4% respectivamente), o núcleo teve a maior alta do ano. Ainda no caso do índice geral, foi o quarto mês deste ano em que os preços subiram mais de 1%.
O Departamento do Comércio, por sua vez, apontou uma queda de 11% na construção de imóveis residenciais nos EUA no mês passado. O dado foi mais um sinal de desempenho fraco do setor imobiliário.
Além disso, o petróleo voltou a subir. Na New York Mercantile Exchange (Nymex, na sigla em inglês), o barril de petróleo leve WTI para entrega em setembro fechou a US$ 115,45, com alta de 1,47%. A incerteza sobre a situação do conflito entre Geórgia e Rússia - e o risco que isso representa para os oleodutos na região do Cáucaso - pressionou as cotações da commodity.
Bancos
"Talvez os investidores estivessem esperando superar os desafios dos altos preços das commodities e da inflação (...) Mas agora descobrimos que a situação da inflação esteja pior do que pensávamos", disse o diretor de investimentos do Harris Private Bank, Jack Ablin.
A pressão sobre outro banco de investimentos, o Lehman Brothers, aumentou depois que o JP Morgan Chase informou em uma nota que o rival pode ter de fazer uma redução de cerca de US$ 4 bilhões em seus ativos ligados a títulos de crédito.
Ontem, o diário americano "The Wall Street Journal" já havia informado que o Lehman deve apresentar um prejuízo de US$ 1,8 bilhão no fim do atual trimestre fiscal, que termina neste mês. A expectativa era de um ligeiro lucro. As ações do Lehman caíam 10,7%.