Em setembro, a montadora americana General Motors (GM) completará 100 anos de fundação, em meio a profunda crise financeira da companhia. Só no último trimestre, a empresa registrou prejuízo global de US$ 15,5 bilhões, o que significa que, a cada minuto, a empresa perdeu o equivalente a sete modelos Celta. O prejuízo equivale ao valor de mercado da Usiminas, maior fabricante de aços planos da América Latina. Com ele, daria para construir 17 fábricas como a de Gravataí (RS), uma das subsidiárias mais modernas do grupo. Inaugurada em 2000, a filial brasileira consumiu, até agora, US$ 900 milhões em investimentos.
A empresa, que no primeiro semestre perdeu para a rival japonesa Toyota o posto de maior fabricante de carros do mundo, corre contra o tempo para evitar uma concordata, conforme prevêem alguns analistas. Mesmo que escape da falência, a GM dificilmente voltará a ser a gigante do passado, pois terá de encolher para sobreviver.
Apesar da grave situação do grupo em seu principal mercado, os EUA, o vice-presidente de finanças global da GM, o chinês-canadense Ray Young, acredita em uma reviravolta similar à ocorrida no Brasil. A filial teve prejuízos durante oito anos e, em 2006, com Young à frente da operação, voltou ao azul, situação mantida até agora. No último trimestre, a região liderada pelo mercado brasileiro foi a que obteve o melhor resultado da companhia, com lucro de US$ 445 milhões.
A empresa iniciou uma série de medidas para conter a sangria. Uma delas é a mudança do mix de produtos, com menos utilitários e picapes - que consomem muito combustível -, e aumento dos carros pequenos. "Não temos suficiente capacidade de produção nesses segmentos, por isso vamos adicionar um terceiro turno em duas fábricas em setembro e adequar uma fábrica para produzir um novo crossover (mistura de automóvel com utilitário)." De um total de 19 lançamentos de produtos nos EUA, 18 serão de passageiros e crossover.