A Agência Nacional do Petróleo (ANP) já vê espaço para que a venda de biodiesel comece a ser flexibilizada no mercado. Atualmente, todo o volume é comercializado por meio de leilões, como os que estão sendo realizados hoje e amanhã.
Os dois leilões de biodiesel prevêem a venda de 330 milhões de litros, que suprirão o mercado de outubro a dezembro. Foram leiloados 264 milhões de litros nesta quinta-feira, com preço médio de R$ 2,60 por litro, deságio de 0,59% sobre o proposto.
Para o superintendente de abastecimento da agência, Édson Silva, o mercado está desenvolvido de forma suficiente para que parte do biodiesel já possa ser negociado livremente entre os diferentes agentes. Ele considerou satisfatório o resultado do leilão desta quinta-feira, e considera que os 66 milhões de litros previstos para o novo leilão de amanhã serão negociados.
"O mercado de biodiesel, já com a adição de 3% de óleo vegetal, estará abastecido no restante deste ano", afirmou.
A Petrobras comprou o volume negociado de 20 diferentes produtores. A maior parte do biodiesel --mais de 80%-- é oriunda da soja, cujo preço vem oscialndo nas últimas semanas, mas ainda encontra-se em alta no mercado internacional. É justamente por causa da soja que Silva pede mais cautela sobre a possibilidade de já se elevar o percentual de biodiesel vendido no país.
"Existe capacidade instalada para que se aumente a demanda de biodiesel, mas acho que é apropriado no curto prazo, justamente pela dependência da soja, cujo preço está variando muito", avaliou, lembrando que as empresas disponibilizaram 347 milhões de litros para o leilão, mas o edital limitava a venda em 264 milhões de litros.
Silva disse que aprova a forma como o governo está ampliando a participação do biodiesel no mercado, de forma gradativa. Desde 1° de julho, todo diesel vendido no Brasil tem, obrigatoriamente, 3% de biodiesel em sua composição.