A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) continua a oscilar ao sabor das commodities, e hoje, uma nova rodada de recuperação dos preços ajudou o mercado acionário a tomar fôlego, após uma quadra de perdas nos últimos dias. O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, valorizou 0,13%, para os 54.573 pontos. O giro financeiro foi de R$ 11,73 bilhões, inflado pelo vencimento de opções sobre o índice.
A Bolsa teve um fator adicional de volatilidade de hoje: o vencimento de opções sobre o "índice Ibovespa. Opções são contratos que negociam direitos de compra ou venda de um ativo financeiro, negociados no mercado futuro. Na data de exercício desses contratos, os agentes financeiros costumam agir no mercado à vista conforme interesse a alta ou a baixa dos preços do ativo. No jargão dos operadores, trata-se da briga de "comprados" (interessados na alta do índice) e "vendidos" (que ganham com a baixa).
"A Bovespa é (praticamente) 50% commodities. Hoje, os preços recuperaram e as ações 'irmãs´ da Vale, como Rio Tinto (mineradora anglo-australiana), subiram lá fora, e aqui dentro acompanhou: todo mundo que tinha caído com força, como Gerdau, Siderúrgica Nacional, subiu bem. Se não fosse essa briga pelo índice, a Bolsa teria subido ainda mais", comenta José Costa Gonçalves, diretor da corretora Indusval.
Europa
Na Europa, as principais Bolsas de Valores encerraram o expediente em terreno negativo: em Londres, o índice FTSE retraiu 1,55%, enquanto o Dax, de Frankfurt, cedeu 2,39%. Em Nova York, o influente Dow Jones retrocedeu 0,94%. O dólar comercial foi vendido a R$ 1,615, em declínio de 0,61%. A taxa de risco-país marca 228 pontos, com recuo de 1,72% sobre a taxa final de ontem.
Notícias do dia
Entre as primeiras notícias do dia, o Departamento de Comércio dos EUA informou que as vendas no varejo tiveram uma ligeira queda de 0,1% em julho, no menor resultado desde fevereiro. A maioria dos analistas estimava que o indicador mostrasse estabilidade.
No front doméstico, a produção industrial no Estado de São Paulo deve apresentar desempenho praticamente estável, com ligeira variação positiva de 0,1% em julho (dado com ajuste sazonal) na comparação com junho, segundo o SPI (Sinalizador da Produção Industrial), elaborado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). O Departamento de Energia dos EUA comunicou que o estoque de petróleo teve uma redução de de 400 mil barris na semana encerrada no último dia 8. As quedas surpreenderam os analistas: a expectativa para o relatório era de um aumento de 500 mil barris nas reservas.
O barril do petróleo cru para entrega em setembro, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), encerrou o dia cotado a US$ 116, em alta de 2,64%. O preço máximo atingido hoje foi US$ 117,46 e o mínimo, US$ 112,87.