Os juros cobrados pelos bancos nas operações de crédito acompanharam a trajetória de alta na taxa básica (Selic) e voltaram a subir no mês de julho. Segundo a pesquisa mensal de juros da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 7,33% ao mês (133,70% ao ano) em junho para 7,35% ao mês (134,22% ao ano) em julho. É a maior taxa de juros média desde abril de 2007.
Os juros mais altos continuam sendo os dos empréstimos em financeiras (11,30% ao mês ou 261,36% ao ano), do cartão de crédito (10,42% ao mês ou 228,53% ao ano) e do cheque especial (7,77% ao mês ou 145,46% ao ano).
A taxa média para pessoa jurídica apresentou elevação de 4,21% ao mês (64,03% ao ano) para 4,23% ao mês (64,40% ao ano), a maior desde novembro de 2006.
Selic
Segundo o coordenador da pesquisa e vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, o aumento dos juros foram provocados pela elevação da taxa Selic, que já subiu neste ano de 11,25% para 13% ao ano. No mês passado, o BC promoveu a maior elevação de juros desde o início do governo Lula, de 0,75 ponto percentual.
"O aumento das taxas de juros ficou abaixo do patamar da elevação da taxa básica de juros". Segundo Oliveira, como o aumento dos juros ocorreu no final do mês de julho, não houve tempo para o repasse total da taxas para as operações de crédito.
Considerando todas as quedas e elevações da taxa básica de juros promovidas pelo Banco Central desde setembro de 2005, houve uma redução da Selic de 6,75 pontos percentuais.
Neste período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma redução de 6,90 pontos percentuais. Nas operações de crédito para pessoa jurídica, a queda atingiu 3,83 pontos.