Os economistas ouvidos pela pesquisa semanal do Banco Central reduziram, pela segunda semana seguida, a previsão para a inflação em 2008. A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano, índice que serve como meta de inflação, caiu de 6,54% para 6,45%.
Se confirmado, o indicador ficaria novamente dentro do teto da meta de inflação para esse ano, que é de 6,50% (meta de 4,5% com dois pontos percentuais de tolerância para cima e para baixo).
Além disso, os economistas também esperam um aumento maior dos juros neste ano. Até a semana passada, a previsão era de que a taxa básica de juros (Selic) encerraria 2008 em 14,50% ao ano. A estimativa foi revista para 14,75% ao ano.
Foram mantidas as previsões para o IPCA em 2009 (5%) e para a taxa Selic no final do próximo ano (14% ao ano). Desde o início do ano, a Selic já subiu de 11,25% para 13% ao ano. No final de julho, o BC promoveu o maior aumento de juros desde o início do governo Lula, numa tentativa de trazer a inflação de volta para o centro da meta no próximo ano.
Crescimento
A expectativa do mercado financeiro é que os juros mais altos também tenham reflexo no crescimento da economia no próximo ano. Os economistas que participam da pesquisa do BC reduziram as expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano de 3,9% para 3,73%. Para 2008, foi mantida a previsão de 4,8%.
Inflação
Em relação aos outros índices de inflação, também houve queda nas previsões para 2008. A expectativa do mercado para o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) caiu de 12,13% para 11,33%; e o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) teve a previsão reduzida de 12% para 11,04%. A expectativa para o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômica (Fipe) passou de 6,53% para 6,48%.
Para 2009, a previsão para o IGP-M caiu de 5,5% para 5,48%. Não houve mudança em relação ao IGP-DI (5,40%) e ao IPC-Fipe (4,61).
Outros indicadores
A estimativa para o dólar caiu de R$ 1,61 para R$ 1,60 no final deste ano. Para dezembro de 2009, a previsão caiu de R$ 1,72 para R$ 1,71.
A projeção para o saldo da balança comercial em 2008 subiu de US$ 23 bilhões para US$ 23,1 bilhões. Para 2009, foi mantida em US$ 15 bilhões.
A expectativa para o déficit em conta corrente passou de US$ 24,9 bilhões para US$ 25 bilhões neste ano e de US$ 32,7 bilhões para US$ 33 bilhões em 2009.
Subiram as expectativas de investimentos estrangeiros diretos de US$ 34 bilhões para US$ 34,5 bilhões (2008). Para 2009, foi mantida a previsão de US$ 30 bilhões.
A previsão para a relação dívida/PIB subiu de 40,43% para 40,50% neste ano. Para 2009, passou de 38,90% para 39,35%.