Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas de NY fecham em baixa com avanço da inflação

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As bolsas americanas fecharam nesta segunda-feira com perdas, puxadas para baixo por más notícias macroeconômicas - em especial a inflação ao consumidor em alta. A queda do preço do petróleo ajudou a diminuir o mau humor dos investidores, já que os gastos com energia é o principal motivo para a alta da inflação, mas não foi suficiente para deixar Wall Street no azul. O índice Dow Jones Industrial Average, principal indicador da Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês), recuou 0,37%, aos 11.284 pontos, enquanto o ampliado S 500 perdeu 0,9%, a 1.249 unidades. Na Bolsa tecnológica Nasdaq, o Nasdaq Composite teve baixa de 1,1%, a 2.285 pontos. O Departamento do Comércio mostrou hoje que os gastos em consumo dos americanos em junho caíram 0,2% quando descontado os efeitos da inflação. Levando-se em conta a inflação, os gastos subiram 0,6%, mas não sinalizam uma tendência positiva: o ganho se deveu a maiores desembolsos para pagar itens como a gasolina - cujo galão (3,785 litros) chegou ao patamar de US$ 4,1-, e não para comprar mais bens. Com o consumo em baixa, os gastos com combustíveis tendem a diminuir, aliviando a pressão da demanda sobre o petróleo, mas indicando mais desaceleração econômica à frente, desanimando os investidores. Por sua vez, o PCE - indicador de preços ligado aos gastos do consumidor - teve alta de 0,8%, maior desde o avanço de 1% registrado em fevereiro de 1981. A inflação em alta traz tensão ao mercado, especialmente pela proximidade da reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês) do Federal Reserve (o BC americano), que define na quarta-feira a nova taxa básica de juros americana. Já há entre os investidores a impressão de que os juros possam subir, o que trará ainda mais tensão aos mercados. O que pode aliviar esse prognóstico negativo é a continuidade da queda do preço do petróleo. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de petróleo WTI para entrega em setembro fechou o dia cotado a US$ 121,41, com baixa de 2,95%. Além da continuidade da tensão com a reunião do Fed e dos preços do petróleo, o mercado voltará amanhã a observar os resultados corporativos. Entre as empresas que divulgam seus balanços do segundo trimestre estarão Cisco Systems, Procter & Gamble e News Corp.