Jornal Correio Braziliense

Economia

Bovespa fecha em baixa pela quinta vez seguida

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A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) voltou a ser atingida por um processo de realização de lucros nos minutos finais do pregão e fechou pela quinta vez seguida com baixa.O Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista, fechou com perda de 0,57%, aos 56.869 pontos. O giro financeiro foi de US$ 3,99 bilhões (muito abaixo da média diária do ano, de R$ 6 bilhões), com cerca de 169 mil negócios realizados. Já o dólar comercial avançou 0,06%, e fechou vendido a R$ 1,574. Esta é a primeira vez que o Ibovespa opera abaixo dos 57 mil pontos desde o dia 23 de janeiro deste ano, quando fechou o dia a 54.234 pontos. O indicador acumula recuo de 10,98% no ano e de 22,64% desde o último recorde de pontuação (73.516), batido em 20 de maio. Depois de passar boa parte do dia "descolado" do desempenho negativo das Bolsas americanas, aproveitando que o preço das commodities subiu hoje, o Ibovespa despencou nos minutos finais de negociação, quando os investidores partiram para a realização de lucros. O momento movimento, inclusive, foi visto em outros dias na semana passada. "Essas direções podem mudar rapidamente e por várias vezes ao longo da semana, se novos dados ou notícias modificarem as expectativas dos agentes", disse a diretora de câmbio da AGK corretora, Miriam Tavares. A alta das commodities foi hoje o principal balizador dos negócios. O petróleo, por exemplo, fechou com alta de 1,19% na New York Mercantile Exchange (Nymex), para US$ 124,73. O maior preço das commodities atrai investidores para o mercado futuro e esvazia o mercado acionário americano, fazendo com que os índices de Wall Street recuem. O Dow Jones perdeu 2,1% e o Nasdaq Composite teve baixa de 2%. O mercado ainda repercutiu notícias relacionadas à crise do crédito imobiliário de alto risco ("subprime") ocorridas durante a semana. O Senado aprovou no sábado a ajuda governamental às gigantes hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac, e no domingo dois bancos localizados no Estado de Nevada foram fechados pelos órgãos reguladores do setor. Depois dos resultados trimestrais dos principais bancos terem vindo acima do esperado, o que trouxe certo alívio, o mercado voltou a se preocupar porque acredita que a falta de capacidade de pagamento do financiamento imobiliário pode se alastrar para outros créditos, como o cartão de crédito ou o financiamento de veículos. Blue chips O resultado poderia ter sido pior para a Bovespa. Mas o bom desempenho das ações da Petrobras e da Vale - que sustentaram a alta do Ibovespa durante todo o dia - garantiram um final de pregão um pouco mais digno. O destaque ficou para as ações preferenciais da Petrobras, que subiram 1,01%. Já as ordinárias ganharam 0,88%. Os papéis da Vale subiram 1,12% (ordinárias) e 0,44% (preferenciais classe A). Na outra ponta ficou o setor bancário, que sofreu forte perda hoje. Entre os maiores bancos, o que teve o pior desempenho foi o Banco do Brasil, cuja ação ordinária perdeu 4,86%. As ações do Bradesco perderam 1,75% (ordinárias) e 1,36% (preferenciais), enquanto que as preferenciais do Itaú recuaram 1,55%.