O ministro português da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, destacou nesta segunda-feira (28/07) o "significado político" do projeto que a Embraer vai desenvolver na cidade de Évora e que vai se constituir na base para o desenvolvimento de um pólo aeronáutico na região.
"O que é essencial são as condições que estão criadas para o desenvolvimento do cluster aeronáutico", afirmou Nuno Severiano Teixeira, após a assinatura de acordos para a instalação de duas unidades fabris da Embraer junto ao Aeródromo Municipal de Évora.
A empresa brasileira, a terceira maior construtora mundial de aeronaves, vai instalar em Évora uma unidade para fabricação de asas e outra para caudas, em investimento inicial de 148 milhões de euros (R$ 366 milhões) e que recebe incentivos financeiros do governo português.
Os dois "centros de excelência", como são classificados pela Embraer, criarão cerca de 570 postos de trabalho diretos e mais de mil indiretos.
Depois do acordo assinado no sábado entre a empresa brasileira e o governo português, foram celebrados nesta segunda-feira os contratos relativos à cessão de terrenos entre a Embraer e a prefeitura de Évora.
Em cerimônia no salão nobre dos Paços do Concelho de Évora, em que também participou o coordenador do Plano Tecnológico de Portugal, Carlos Zorrinho, o ministro português da Defesa revelou o "significado político" que o governo atribui a este projeto, que classificou de "estruturante".
"É importante que o cluster aeronáutico dê os primeiros passos na cidade de Évora", declarou Nuno Severiano Teixeira, manifestando esperança de que o projeto "possa dar um impulso" a novos investimentos portugueses e estrangeiros no setor aeronáutico.
O ministro destacou ainda o "salto qualitativo" que o projeto proporciona a Portugal, passando da manutenção aeronáutica para a fabricação de componentes para aviões.
Satisfeito por receber o investimento brasileiro, o prefeito de Évora, José Ernesto Oliveira, disse ser este o "momento de esquecer os que teimam permanecer na postura de "Velhos do Restelo´".
Abrindo a "janela do futuro", Évora ganhará, além da indústria aeronáutica, uma estação na linha ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madri.
"O resultado disto tudo é o sucesso e a excelência", afirmou José Ernesto Oliveira, se referindo a Évora como a "capital da indústria aeronáutica" de Portugal.
A prefeitura vai oferecer à Embraer terrenos a custos subsidiados, redução nas taxas e impostos municipais e facilidade nas infra-estruturas.
Aviões.
Além de outros investimentos ligados ao setor aeronáutico, como uma unidade de helicópteros, também está previsto para a cidade um projeto para a construção de aviões - o Skylander -, promovido pelo grupo francês GECI Internacional. O projeto do Skylander terá investimento de mais de 100 milhões de euros.
A Sky Aircraft Industries, criada pela GECI em parceria com investidores portugueses, prevê produzir em Évora 1.100 aviões entre 2011 e 2027. A expectativa é que o primeiro protótipo levante vôo no final de 2009.
O projeto, que já recebeu mais de 400 promessas de compra, muitas de Dubai, deve criar 3.000 postos de trabalho, sendo 900 diretos.