O início da segunda semana de negociações da Rodada Doha de comércio multilateral, da Organização Mundial do Comércio (OMC), foi marcado pela troca de acusações entre Estados Unidos, China e Índia. Nesta segunda-feira (28/07), o governo de Washington acusou os dois países emergentes de impedirem o progresso para um acordo comercial global, segundo diplomatas. "O jogo de colocar a culpa um no outro começou. Os EUA começaram a apontar seus dedos para a China, e então a China replicou rispidamente", afirmou um dos diplomatas.
Os EUA acusam a Índia e a China de ameaçarem prejudicar um frágil acordo alcançado pelos principais países reunidos em Genebra desde o começo da semana passada para tentar concluir a Rodada Doha, iniciada há sete anos. "Todas os seus pedidos por desenvolvimento nos últimos anos parecem vazios quando esses países importantes ameaçam os benefícios para o desenvolvimento que já estão na mesa, e que são completamente vitais para a grande maioria dos membros da OMC", disse o diplomata americano David Shark.
O embaixador indiano, Ujal Singh Bhatia, respondeu que a acusação dos EUA é "injusta". Segundo o negociador indiano Amarendra Khatua, os EUA fizeram tais declarações apenas porque "não estavam alcançando seus objetivos".
Já o ministro do Comércio da Austrália, Simon Crean, afirmou que os países estão sendo muito pacientes, e que um certo grau de frustração é compreensível. "É normal haver frustrações em qualquer negociação, então temos que superá-las e não perder os objetivos de vista", disse ele, acrescentando que os países membros da OMC estão "tão perto" de um acordo, que é preciso tentar conclui-lo.