A pancada de 0,75 ponto percentual de alta na taxa de juros acendeu um alerta no Ministério da Fazenda. O temor é de que a dose tenha sido exagerada e derrube o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2009 para algo entre 4% e 4,5% ou até menos. Na visão dos auxiliares do ministro da Fazenda, Guido Mantega, corre-se o risco de interrupção indesejada no ciclo de crescimento sustentado da economia.
Apesar da preocupação, Guido Mantega não veio a público criticar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). Ele vem se mantendo longe da imprensa, ao contrário do que ocorria nas outras ocasiões em que o Banco Central (BC) decidiu a Selic. Mantega costumava dar declarações para tentar pressionar por juros menores.
Agora, a estratégia é diferente. O ministro e seus auxiliares entendem que a definição dos juros é responsabilidade do presidente do BC, Henrique Meirelles. Também será dele a tarefa de prestar contas no futuro, caso o crescimento seja ferido de morte pelas taxas elevadas.