A elevada taxa de inadimplência e de fraudes obrigou a Caixa Econômica Federal a realizar uma série de mudanças na linha de crédito para reforma e ampliação da casa própria com recursos do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), a Carta de Crédito FGTS Individual. Em 2007, o banco chegou a reduzir em mais de 70% os contratos firmados nessa modalidade. Agora, após reformulação, está retomando, aos poucos, as operações com novos limites de exigência de renda familiar bruta e para financiamento. A idéia é atender um público maior para se aproveitar do boom do crédito habitacional.
O limite de empréstimo para aquisição de material de construção, com recursos do FGTS, saltou de R$ 7 mil para até R$ 130 mil. Além disso, não ficará restrito à baixa renda. Todas as pessoas com rendimento familiar bruto de até R$ 4,9 mil podem ter acesso à modalidade. Antes, ela era destinada apenas para os que ganhavam até cinco salários mínimos (R$ 2,075 mil). Não houve alteração na taxa de juros mínima, que permanece em 6% ao ano, mas varia conforme o salário do cliente.
Segundo o consultor técnico em habitação da Caixa, Teotônio Costa Rezende, o objetivo é retomar o desempenho verificado em 2006, quando a instituição financeira chegou a fechar 300 mil contratos na modalidade. Ele disse ainda que ;a mudança foi necessária porque a inadimplência estava muito alta;. A taxa de calote chegou a superar a marca dos 10%, sendo que o banco esperava que o número não passasse de 4%. No que se refere às fraudes, a instituição financeira fez inúmeras reuniões com os varejistas e promoveu mudanças operacionais nos sistemas para liberação do crédito.
Atualmente, a Caixa possui duas linhas de crédito para financiamento da compra de material de construção. Além da Carta de Crédito FGTS Individual, existe o Construcard, em que a taxa de juros é de 1,54% ao mês mais TR (Taxa Referencial). Essa modalidade não teve alterações e continua com limite de empréstimo de R$ 1 mil a R$ 180 mil e com prazo de pagamento de até 40 meses.
Novo produto
Mas os técnicos da Caixa estudam a criação de uma nova linha de crédito para compra de material de construção. O objetivo é possibilitar que o mutuário faça um financiamento para reformar seu imóvel usado, ao mesmo tempo em que está pegando um financiamento para a aquisição do bem. O produto em desenvolvimento contaria com recursos dos depósitos da caderneta de poupança. Rezende explicou que muitas pessoas financiam o imóvel usado e não têm dinheiro para fazer a reforma. A Caixa pretende atender essa clientela.
Na quinta-feira, o banco público divulgou que emprestou R$ 9,1 bilhões em financiamentos imobiliário nos primeiros seis meses do ano. No mesmo período do ano passado, esse valor foi de R$ 6,8 bilhões. O número de moradias financiadas, no entanto, recuou 12% na comparação com os seis primeiros meses de 2007, atingindo 201.956.
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