A reunião desta sexta-feira (25/07) entre seis países e a União Européia para buscar uma aproximação sobre as discussões da Rodada Doha acabou com sinais animadores sobre a continuidade da negociação, segundo o porta-voz da Organização Mundial do Comércio (OMC), Keith Rockwell.
No quinto dia de encontro, a sessão entre União Européia, Brasil, Índia, EUA, China, Austrália e Japão resultou em "idéias interessantes", que serão transmitidas em uma nova reunião com um grupo maior de países envolvidos na reunião da OMC, segundo Rockwell.
O porta-voz destacou, sobre a reunião, que foram horas produtivas de trabalho, com espírito de cooperação e sinais animadores diante da negociação.
A evolução das negociações, ao passar de sessões restritas entre alguns países e a UE para discussões entre um grupo mais amplo de membros da OMC, pode ser um sinal positivo dentro das conversas para a abertura de mercados agrícolas e industriais, que nesta sexta-feira começaram com o temor de um fracasso.
Mais cedo, o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, disse que as negociações sobre a Rodada Doha para a liberalização comercial mundial passam por "um momento decisivo". Segundo ele, "algumas convergências estão sendo registradas, mas o progresso continua dolorosamente lento após quatro dias de negociações em nível ministerial".
"O mundo não compreenderá se falharmos em agarrar essa oportunidade de concluir uma rodada que já tem muito sobre a mesa", afirmou. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, também avaliou que hoje é "um dia crucial" para saber se as negociações continuam ou não. Segundo ele, pode-se "imaginar um êxito, mas para isso é preciso ter muita imaginação". Um dos destaques deste quinto dia de reunião foi a União Européia propor ampliar o acesso ao mercado do álcool brasileiro, embora isso não tenha gerado grande entusiasmo em Celso Amorim, disse o comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelson, em seu blog sobre as negociações da OMC em Genebra.
A UE informou que ofereceu ao Brasil cota para a exportação de álcool, de 1,4 milhão de toneladas por ano até 2020. Segundo Bruxelas, o produto entraria com tarifa abaixo de 10% e a oferta significaria comércio de US$ 1,6 bilhão. No decorrer da semana, o Brasil colocou o álcool como questão fundamental para um acordo.