Jornal Correio Braziliense

Economia

Aumenta o risco de desabastecimento na construção civil

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O risco de desabastecimento no setor da construção civil aumentou. Depois de faltar cimento, agora chegou a vez dos pisos, revestimentos e cerâmica. Lojas em Brasília demoram até 45 dias para entregar o produto, caso não o tenham em estoque. Os fabricantes dizem que não há motivo para desespero. O segmento está investindo no aumento da capacidade produtiva. A preocupação, no entanto, é de que o descasamento entre oferta e demanda provoque alta de preço. Sem contar que o cronograma de entrega de edifícios residenciais e comerciais pode ficar comprometido. A solução, então, é planejar para concluir a obra sem graves percalços. Duas das principais empresas da área de pisos e revestimentos, a Portobello e Eliane, colocaram o pé no acelerador nos investimentos para ampliar a produção. Segundo o gerente de expedição da Portobello, Sérgio Marques, há pedidos com entrega prevista para dezembro. ;Muitas pessoas construíram paredes e agora precisam de pisos, louças e metais. Em 2007, faltou cimento. Agora pode ser a cerâmica;, afirmou. A limitação das fábricas está relacionada à capacidade produtiva elevada e não há falta de matéria-prima. No caso da Portobello, a oferta atual é de 1,6 milhão de metros quadrados de cerâmica por ano, sendo que a demanda chega a 1,9 milhão. ;Estamos investindo em novos fornos. Com isso, atingiremos dois milhões de toneladas até dezembro;, destacou. A fábrica possui três lojas em Brasília. A franqueada Thânia Lacerda disse que, no ano passado, a entrega do material para acabamento acontecia em, no máximo, 15 dias. Agora, são necessários até 45. A Eliane Revestimentos, por exemplo, concentrou a produção em dois pólos ; Santa Catarina e Bahia ; e, com isso, dobrou seu potencial. ;No pólo Nordeste, estamos triplicando a capacidade produtiva. Tudo isso é para evitar desabastecimento de nossos produtos;, contou o diretor comercial da empresa, Rogério Langoni de Souza. ;Não há dúvidas do forte aquecimento. Isso é mais claro no varejo e nas grandes incorporadoras, que abriram capital;, disse. O aumento da demanda pode ser comprovada pelos números da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) que mostram que, somente em maio, foram entregues 22.069 unidades ; o maior valor em 20 anos. Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense