A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) aprofundou suas perdas nesta quinta-feira (17/07), empurrado pelo mau desempenho das "blue chips" (ações mais negociadas), a Vale e a Petrobras.
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista, recua 2,06%, aos 60.770 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,92 bilhões, com cerca de 186 mil negócios realizados. Já o dólar comercial recua 0,37%, para R$ 1,590.
O mercado segue hoje o movimento de correção no preço da ação da Vale, após o valor da ação estabelecido na oferta pública que a empresa está promovendo ter ficado abaixo do atual valor de mercado. Os papéis ordinários e preferenciais classe A da Vale recuam, respectivamente, 5,63% e 4,93%. São duas das três maiores baixas entre as ações listadas no Ibovespa. Essa correção também chega em Wall Street. As American Depositary Receipts (ADRs) das ações ordinárias da mineradora estão entre os 10 papéis mais negociados na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês), com recuo de 4,7%.
A movimentação é tão forte que as preferenciais da mineradora respondem por 28% do negociação total do mercado à vista da Bovespa, batendo com folga as preferenciais da Petrobras --a dona tradicional do posto.
As ações da petrolífera, inclusive, também apresenta perdas. O mercado teme que a greve de seus funcionários continue por mais tempo e afete o ritmo de produção. As ações preferenciais perdem 3,96% e as ordinárias recuam 4%.
A queda seria maior se não fosse o bom humor no mercado americano. O Dow Jones avança 1,2%, enquanto que o Nasdaq Composite opera em alta de 1,23%.
Assim como nos últimos dias, os resultados corporativos devem ser o principal foco de análise dos investidores - em especial a dos bancos, de onde pode-se tirar mais conclusões sobre o avanço da crise do crédito imobiliário de alto risco ("subprime").
Devido a esse interesse, o resultado trimestral do JPMorgan é fator determinante para o bom humor de hoje. O terceiro maior banco americano teve lucro de US$ 2 bilhões, com queda de 53%. Porém, o lucro por ação, de US$ 0,54, ficou acima do esperado pelos analistas (US$ 0,44).
Para ajudar no bom humor do investidor externo, o Departamento de Comércio informou que a construção de casas e apartamentos subiu 9,1% em junho, enquanto que os analistas do setor esperavam recuo de 1,5%.
O preço do petróleo, por sua vez, começou em alta mas voltou a cair no início da tarde. Na New York Mercantile Exchange (Numex), o barril de WTI para entrega em agosto perde 2,52%, para US$ 131,21.