Um dos advogados de Salvatore Cacciola, Carlos Eluf, disse nesta quarta-feira (16/07) que não há nenhuma estratégia de emergência para impedir a extradição do ex-banqueiro para o Brasil, mas que dois pedidos de habeas corpus já foram enviados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta terça-feira (15). A defesa pede que Cacciola, ao chegar no Brasil, não seja algemado ou transportado na parte de trás de um camburão policial.
;Para que sejam respeitados os direitos humanos referentes à dignidade e à integridade. É uma medida que tem que ser aplicada em qualquer país civilizado;, afirmou o advogado.
Eluf confirmou que o ex-banqueiro já está em Paris, onde aguarda um vôo da empresa aérea TAM. A previsão, segundo ele, é que Cacciola deixe a França no final da tarde de hoje e chegue ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, às 5h30 de amanhã (17).
A defesa do ex-banqueiro explicou que, como a prisão de Cacciola foi decretada como cautelar ou preventiva, com prazo máximo de 81 dias, ele poderia ficar em liberdade no Brasil.
;Só em Mônaco, ele está preso há 11 meses. Extrapolou muito o prazo legal. Tem ainda outro habeas corpus que está sendo remetido agora ao ministro Humberto Campos [presidente do STJ] para que, quando ele chegar no Brasil, [fique] sob custódia em uma prisão especial, por ser detentor de diploma de curso superior.;
O advogado ressaltou que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já concordou em enviar um representante da Comissão de Prerrogativas para acompanhar a chegada de Cacciola ao Rio de Janeiro.
;Para que sejam assegurados os direitos dele, para que a defesa possa falar com o cliente. Os últimos fatos que têm ocorrido no Brasil [de possíveis casos de abuso de poder] nos causaram grande preocupação porque a reclamação é geral, a gente vê todos os dias nos jornais.;
Em 2005, Cacciola foi condenado no Brasil a 13 anos de prisão pelo crime de desvio de dinheiro público e de gestão fraudulenta. como tem cidadania italiana, ele passou a viver na Itália e não podia ser preso porque o país não deporta seus cidadãos.
Cacciola foi preso no Principado de Mônaco em setembro de 2007 por agentes da Interpol, depois que a 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro expediu o mandado. Posteriormente, o governo brasileiro pediu a extradição ; deferida na semana passada pelo príncipe Albert II.