Equador e Venezuela inauguraram nesta terça-feira (15/07) o projeto da maior refinaria do Pacífico sul-americano, que permitirá processar o petróleo venezuelano na região, e não nos Estados Unidos, como destacou o presidente Hugo Chávez.
"Esse é um projeto muito importante. Em vez de refinar nos Estados Unidos, decidimos fazê-lo aqui, em nosso contexto geopolítico", disse Chávez durante o ato de lançamento do complexo petroquímico do Pacífico, na localidade equatoriana de El Aromo, na província costeira de Manabí.
Ao lado de Chávez, o presidente equatoriano, Rafael Correa, afirmou que a refinaria é mais um passo para "esta grande pátria, a América Latina".
Chávez apresentou a obra como um passo "estratégico dentro do processo de formação da grande pátria latino-americana".
"Em vez de enviar esse petróleo às refinarias dos Estados Unidos, preferimos deixá-lo aqui", declarou o líder venezuelano.
Com um investimento de US$ 6,6 bilhões, a refinaria será construída por uma empresa mista formada pelas estatais PDVSA (Venezuela) e Petroecuador.
O complexo, que deve estar concluído até 2013, refinará cerca de 300 mil barris diários de petróleo e permitirá ao Equador poupar até US$ 3 bilhões anuais em importações de derivados de petróleo, segundo Correa.
"A Venezuela tem muito petróleo, mas já não é para dividi-lo com o Império (EUA), e sim com os povos da América, que dele necessitam (...) para que haja segurança energética de todos os povos do continente".
No mesmo ato, Chávez declarou que a Bolívia se libertou das multinacionais ao nacionalizar seu sistema de hidrocarbonetos, incluindo suas gigantescas reservas de gás natural.
"Tudo era das multinacionais. Éramos colônia (...) mas a Bolívia hoje é livre, graças ao seu povo e ao presidente Evo Morales. Viva a América Latina livre e unida".
Há um mês, o Congresso boliviano aprovou um contrato de exploração de petróleo, em várias regiões da Bolívia, entre a estatal boliviana YPFB e a venezuelana PDVSA, com previsão de 600 milhões de dólares em investimentos.
Antes do ato de lançamento da refinaria, Chávez, Correa e o presidente nicaragüense, Daniel Ortega - que integram o eixo da esquerda mais radical da América Latina - se encontraram no porto equatoriano de Manta.