Após um início de pregão bastante negativo, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou nesta terça-feira (15/07) com ganhos. O mercado local acompanhou de perto o desempenho em Wall Street, inicialmente abalada pelos problemas ligados à crise do crédito imobiliário de alto risco ("subprime") mas depois reabilitada pela forte queda no preço do petróleo.
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista, subiu 0,48%, aos 61.015 pontos. O giro financeiro é de R$ 6,17 bilhões, com cerca de 273 mil negócios realizados. Já o dólar comercial fechou em baixa de 0,37%, vendido a R$ 1,587.
O dia começou ruim, com o mercado à espera do discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), Ben Bernanke, e preocupado com os desdobramentos da crise do "subprime". Melhorou com a forte queda do petróleo, mas ao final do pregão voltou a cair. Esse último movimento, apesar de ter refletido aqui, não chegou a fazer o Ibovespa também fechar no vermelho.
O índice Dow Jones fechou com queda de 0,84%, enquanto que o Nasdaq Composite avançou 0,13%.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de petróleo WTI para entrega em agosto fechou negociado a US$ 138,74, com forte baixa de 4,44%.
Com a queda do petróleo, espera-se uma redução da pressão dos combustíveis sobre a inflação e um desempenho melhor de setores que tem neste custo um fator conjuntural importante, como o automotivo, de transportes e companhias aéreas.
No PPI (índice de preços no atacado, na sigla em inglês) dos EUA, por exemplo, essa situação é bem visível. A alta de 6% nos preços da energia em junho (que inclui combustíveis) foi determinante para que o indicador subisse 1,8%.
O "porém" da queda no preço do petróleo é que as ações das petrolíferas acabam recuando nesta situação. É o caso da Petrobras. Os papéis preferenciais da estatal recuaram 0,81%, enquanto que as ordinárias perderam 1,63%.
O destaque entre as ações listadas no Ibovespa foi o desempenho da Cyrela. Os papéis ordinários da construtora subiram 8,7%.
O mercado repercutiu ainda o depoimento do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, no Senado. Ele disse que o aumento da taxa básica de juros terá efeitos sobre a inflação até o final do ano. "O BC trabalha com mecanismos que têm uma certa defasagem. Medidas tomadas pelo BC nesse momento terão efeito no final do ano, início do ano que vem", disse.