As notícias pontuais da economia americana e o preço das commodities pautaram novamente os negócios na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Os negócios na Bolsa paulista passaram o dia todo em melhor situação do que as bolsas americanas, mas ao final do pregão desta sexta-feira (11/07) cederam para fechar em baixa.
A alta nos preços das commodities ajudou a elevar o preço da ação de algumas das principais empresas listadas no país, mas os temores sobre o aprofundamento da crise do crédito imobiliário de alto risco ("subprime") nos Estados Unidos não permitiu que a Bovespa se firmasse em terreno positivo.
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa paulista, fechou o dia com perda de 0,17%, aos 60.148 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,78 bilhões (abaixo da média diária de R$ 6 bilhões neste ano), com cerca de 206 mil negócios realizados.
Já o dólar comercial recuou, seguindo o movimento da ante outras divisas. A moeda americana fechou vendido a R$ 1,602, com baixa de 0,55%.
A alta dos preços das commodities colaborou para que algumas das principais empresas listadas no Ibovespa, como a Petrobras e a CSN, tivessem desempenho positivo e quase conseguissem deixar o principal indicador da Bolsa paulista em terreno positivo. O petróleo, por exemplo, voltou a subir e bater o recorde histórico de preço em Nova York. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de petróleo WTI para entrega em agosto fechou com alta 2,42%, a US$ 145,08.
Apesar da queda na Bovespa, o desempenho foi bem melhor do que o visto em Wall Street. Além do próprio preço do petróleo, que lá causa mais estrago devido ao efeito inflacionário da alta, o mercado acionário americano sofre com os temores de falta de liquidez nas gigantes hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac.
Devido aos problemas com as empresas, que securitizam hipotecas na ordem de US$ 5 trilhões, as ações dos principais bancos dos EUA também recuam e ajudam a levar os principais índices para o sinal negativo.
O índice Dow Jones opera com perda de 1,14%, enquanto que o Nasdaq Composite está em baixa de 0,83%.
O mercado também ficou apreensivo com a divulgação dos resultados do conglomerado industrial e de serviços americano General Eletric. O grupo teve lucro de US$ 5,07 bilhões no segundo semestre, ou US$ 0,51 por ação, com recuo de 6% sobre o mesmo período do ano passado. Foi menos do que o mercado esperava (US$ 0,54 por ação).
Já a balança comercial americana trouxe um pouco de alento ao mercado. O déficit comercial do país recuou em maio para US$ 59,8 bilhões, ante US$ 60,5 bilhões em abril. Os analistas esperavam um déficit de US$ 62,2 bilhões.
Toque de Midas
No Brasil, outro destaque no pregão foi o desempenho ruim das ações da petrolífera OGX e da mineradora MMX, que pertencem ao grupo EBX, de Eike Batista.
A MMX foi envolvida hoje na Operação Toque de Midas, da Polícia Federal, que investiga supostas irregularidades na concessão da Estrada de Ferro do Amapá à MMX.
Devido ao problema, os papéis ordinários da MMX recuaram 9,78%, e as da OGX perderam 10,51%.
O efeito da divulgação da operação foi visível no desempenho dos papéis. Até por volta das 12h, quando a operação ainda não era de conhecimento do mercado, as ações das duas empresas tinham desempenho positivo. Duas horas depois já acumulavam baixas expressivas (a OGX chegou a recuar mais de 21%), e recuperaram parte da perda até o final da sessão.