Jornal Correio Braziliense

Economia

Petróleo sobe com temores sobre Irã e violência na Nigéria

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O preço do petróleo opera em alta nesta quinta-feira (10/07), com a tensão sobre os testes de mísseis do Irã e conflitos na Nigéria. O temor dos investidores é que, se em ambas as regiões houver um aumento da violência, o fornecimento mundial de petróleo possa ser afetado. Às 14h44 (em Brasília), o barril do petróleo cru para entrega em agosto, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York, (Nymex, na sigla em inglês), estava cotado a US$ 137,69, alta de 1,20%. Até o horário, o preço máximo atingido pelo barril era US$ 138,30 e o mínimo, US$ 135,43. A imprensa estatal iraniana informou hoje que o país realizou durante a madrugada mais testes com mísseis de médio e longo alcance, em uma segunda rodada de exercícios militares. Ontem, a Guarda Revolucionária iraniana anunciou ter realizado "com sucesso" testes com nove mísseis no golfo Pérsico. Logo após as primeiras informações dos testes ontem, os EUA afirmaram que o Irã devia suspender o desenvolvimento de mísseis balísticos e a realização de testes se pretende ganhar a confiança do mundo. Segundo o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Gordon Johndroe, o desenvolvimento por parte do Irã de mísseis balísticos "é uma violação das resoluções da ONU [Organização das Nações Unidas] e algo completamente inconsistente com as obrigações do país ao mundo". O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, disse que o país está pronto para atacar as instalações nucleares iranianas, dizendo que Israel "mostrou no passado que não hesitará em agir para proteger seus interesses vitais de segurança forem ameaçados". "Israel é o país mais forte da região e já provou no passado que não hesitará em agir quando seus interesses vitais de segurança forem ameaçados", disse Barak durante reunião do Partido Trabalhista. Israel está convencido de que o Irã está produzindo armas nucleares, apesar de Teerã insistir que seu programa nuclear visa apenas a produção de energia elétrica. Hoje o Movimento para a Emancipação do Delta do Níger (Mend, na sigla em inglês) disse que voltará a atacar a área do rio Níger, onde se concentra a produção petrolífera do país, depois que o governo britânico anunciou recentemente que pretende apoiar o governo nigeriano para enfrentar os conflitos na região. O grupo está por trás dos ataques realizados contra as instalações das empresas petrolíferas que atuam no país, o que vem afetando a produção. O Mend informou ainda, segundo a agência de notícias Associated Press (AP), que vai abandonar no sábado o cessar-fogo adotado há duas semanas. "A situação do (programa nuclear do) Irã permanece incerta e o mercado enfrenta riscos do lado da oferta, com a demanda global superando a oferta", disse à AP o analista Victor Shum, da Purvin & Gertz em Cingapura. Um relatório divulgado nesta quinta-feira pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) afirma que existe petróleo suficiente para suprir o mercado mundial e que a demanda não é o principal fator na alta do preço da commodity. Hoje a Opep apontou em um relatório que a baixa cotação internacional do dólar e problemas no intercâmbio de commodities como os principais responsáveis pelo fenômeno. A organização também prevê que a demanda por energia deve crescer mais de 50% entre 2006 e 2030. Até lá, o petróleo deve continuar respondendo por mais de 85% da matriz energética. Os preços ainda refletem a queda de 5,9 milhões de barris nas reservas de petróleo dos Estados Unidos na semana passada. Os analistas do setor petrolífero esperavam uma queda menor, de 2,1 milhões de barris. Na semana anterior, as reservas de petróleo já tinham caído em 2 milhões de barris.