Jornal Correio Braziliense

Economia

PF diz que extradição de Cacciola depende apenas de 'questões diplomáticas'

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O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, disse nesta quinta-feira (10/07) que o governo brasileiro negocia apenas algumas "questões diplomáticas" para efetuar a extradição do ex-banqueiro Salvatore Cacciola, preso em Mônaco. Segundo ele, as negociações já estão em fase final. A previsão das autoridades é que o ex-banqueiro esteja no Brasil até o dia 20. Corrêa se referiu ao fato de Cacciola estar preso em Mônaco, mas para ser extraditado para o Brasil precisa passar pela França. Portanto, o governo brasileiro negocia essa passagem pelo território francês. Também estão sendo definidos o número de homens que farão a escolta policial do ex-banqueiro e os vôos comerciais que serão utilizados. Na noite de quarta (09/07), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, negou o pedido de habeas corpus formulado contra a prisão e extradição do ex-banqueiro. Para Gilmar, não caberia à Suprema Corte decidir sobre o tema, mas sim ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Na última sexta-feira (04/07), foi anunciada a autorização do governo de Mônaco para a extradição de Cacciola, que é condenado no Brasil a 13 anos de prisão pela prática de vários crimes. O ex-banqueiro foi preso pela Interpol em Mônaco, em setembro do ano passado, enquanto passava um final de semana de lazer, longe da Itália --país pelo qual tem a nacionalidade e de onde não poderia ser extraditado para o Brasil por conta de acordos diplomáticos. Em 1999, quando o Banco Central promoveu uma maxidesvalorização do Real, os bancos Marka e FonteCindam receberam socorro de R$ 1,5 bilhão. O argumento para o repasse foi o de que, sem respaldo do caixa público, poderia haver crise de confiança no sistema financeiro nacional, com a iminente quebra de instituições. Mendes encaminhou o caso para o Tribunal Regional Federal da 2ª Região.