Jornal Correio Braziliense

Economia

Paralisação nos Correios chega ao 10° dia sem negociação

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A greve dos funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos chegou nesta quinta-feira (10/7) ao 10° dia sem que sindicato e empresa tenham conseguido realizar nenhum encontro de negociação. Com isso, 70 milhões de correspondências estão com as entregas atrasadas devido a adesão de 35% dos carteiros em todo país a paralisação, segundo a última informação da empresa. Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares, trabalhadores de 23 Estados e o Distrito Federal aprovaram em assembléias a paralisação. A categoria reivindica o cumprimento integral de um acordo assinado em novembro de 2007. Os principais pontos não cumpridos seriam a incorporação de 30% de adicional de periculosidade nos salários, negociação do plano de carreira e participação nos lucros. Para os Correios, 21 Estados mais o Distrito Federal tem funcionários de braços cruzados. Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Roraima e Tocantins não estão em greve, segundo a empresa. Os Correios afirmam que o compromisso foi cumprido e mantêm o posicionamento de cortar o ponto dos grevistas. A empresa possui pouco mais de 7.000 agências em todo país e, até ontem, 398 não cumpriam a liminar do TST (Tribunal Superior do Trabalho) que determina que pelo menos 50% dos funcionários trabalhem em cada uma das unidades. A decisão prevê multa diária de R$ 30 mil pelo descumprimento contra a Fentect. Negociação A Fentect busca apoio no governo para iniciar negociação com a direção dos Correios. O deputado federal e presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini (PT-SP), o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS) e o senador Paulo Paim (PT-RS) já foram procurados para intermediar um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas se a categoria tenta conversar com Lula, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirmou ser contrário a greve, por entender que o acordo está sendo cumprido pela empresa. Para Costa, os funcionários não discutiram até o último momento e preferiram "fazer uma greve que prejudica o país". "Nós estamos usando a última instância. Foi feito um acordo e a empresa descumpriu. Em nenhum momento ele [Costa] se dispôs a nos receber. A greve não era para ter acontecido", comentou José Gonçalves, um dos representantes da Fentect na paralisação.