O preço do petróleo caiu mais de US$ 5 nesta terça-feira - em relação ao recorde de US$ 145,85, registrado na semana passada, já se perdeu quase US$ 10. Os preços cederam com a melhora do desempenho do dólar, as preocupações menores sobre a oferta mundial da commodity e o enfraquecimento de um furacão O barril do petróleo cru para entrega em agosto, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), encerrou a sessão desta terça-feira cotado a US$ 136,04 - em queda de 3,77% em relação ao fechamento anterior.
Em Londres, o barril do petróleo Brent também teve uma jornada de forte queda, negociado a US$ 136,43 no International Exchange Futures (ICE). O recuo foi de US$ 5,44 ante o fechamento da sessão anterior. Na semana passada, o preço chegou a US$ 146,69. Em dois dias, a commodity perdeu mais de US$ 8 na Europa.
Os analistas relacionam o barateamento do petróleo com o fortalecimento do dólar frente a outras divisas e com as previsões do governo americano sobre uma queda da demanda nacional da commodity. O dólar se fortaleceu depois que o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Ben Bernanke, anunciou que estuda ampliar o plano de empréstimos de emergência às grandes empresas de Wall Street, para que superem os problemas de crédito. A perda de intensidade do furacão "Bertha", que baixou de categoria dois, durante seu avanço pelas águas do Atlântico, também influenciou o recuo dos preços do petróleo, dado que se reduzem as possibilidade de danos às instalações petroleiras dos Estados Unidos. A queda dos preços do petróleo também coincide com a reunião dos líderes do G8 (grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia), que manifestaram hoje preocupação com o alto preço do petróleo e dos alimentos, e com as conseqüentes pressões inflacionárias que representam "um sério desafio" para a economia mundial.
Ao término de sua sessão em Hokkaido (norte do Japão), os representantes dos países mais ricos do mundo pediram às nações produtoras de petróleo e às consumidoras que dialoguem para diminuir o preço da commodity.
Segundo divulgou a Agência de Informação sobre Energia do governo americano (EIA), o barril de petróleo terá custado em média US$ 127 ao longo do ano de 2008, ante US$ 72 em média em 2007. Para 2009, a projeção aponta para média de US$ 133, influenciado pelo crescimento da demanda nos mercados emergentes.
A EIA, ligada ao departamento de Energia, previa antes um preço médio de US$ 122 o barril para 2008 e US$ 126 para 2009.
"A incerteza sobre a oferta mundial, somada ao aumento significativo da demanda na China, no Oriente Médio e na América Latina, deve continuar pressionando o mercado de petróleo", explicou.
Hoje o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, negou que haja a possibilidade de uma guerra entre seu país e os Estados Unidos ou Israel. "Garanto que não haverá nenhuma guerra no futuro", disse.
Irã
Unidades aéreas e navais da Guarda Revolucionária do Irã realizaram manobras militares no Golfo Pérsico hoje. Os soldados do setor de elite das Forças Armadas iranianas ensaiam exercícios com diferentes tipos de mísseis, segundo informou a emissora de TV Alalam. As manobras começaram nesta segunda-feira, um dia após exercícios militares das forças dos EUA, Reino Unido e Barein na região. O exercício militar aumenta a tensão no golfo causada pelas ameaças de Teerã de bloquear o Estreito de Ormuz, caso o Irã seja atacado.
As declarações, no entanto, continuam hostis: o assessor do aiatolá Ali Khamenei (líder supremo iraniano), Ali Shirazi, afirmou que o Irã atacará Israel e a frota militar norte-americana no Golfo em resposta a qualquer agressão dos Estados Unidos, segundo a agência Fars.
Na sexta-feira (4/07), o governo iraniano apresentou uma resposta à oferta de incentivos oferecida pela comunidade internacional para que o país suspenda o enriquecimento de urânio. A agência de notícias iraniana Irna informou que a resposta foi "construtiva" e "criativa".
O alto representante para Política Externa e Segurança Comum da União Européia (UE), Javier Solana, recebeu a resposta das autoridades iranianas à proposta apresentada em 14 de junho. Ele iniciou agora um "processo de consultas" com todos os países signatários da proposta apresentada ao Irã.