Os 8,5 mil trabalhadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vão cruzar os braços por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira (8/06). Após reuniões com a direção da Embrapa e algumas paralisações-relâmpago, os servidores declararam que as negociações estavam ;travadas;, e a greve foi votada em assembléias envolvendo as 40 unidades da estatal no Brasil. Apenas serviços que envolvem a vida de animais e plantas serão mantidos, segundo a categoria.
Os funcionários da Embrapa reivindicam um reajuste superior àquele proposto pelo Ministério do Planejamento, de 5,04%, que apenas cobre a inflação. Eles querem alta acima do índice inflacionário e no mesmo patamar do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da produção agrícola entre 2007 e 2008, que ficou em 12%.
Segundo Valter Endres, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), há insatisfação entre os servidores, alguns altamente especializados, principalmente com o fato de eles terem salários mais baixos do que o de várias categorias públicas. ;São salários miseráveis, não condizentes com a nossa qualificação. Pedir ganho real, acima da inflação, não é pedir muito.
Salários
De acordo com informações do Sinpaf, os salários iniciais pagos na Embrapa são R$ 1.729,39 para nível médio (cargo de assistente); R$ 2.718,30 para nível superior (cargo de análista); e R$ 3.847,44 e R$ 4.746,57 para o cargo de pesquisador (com exigência de mestrado e de doutorado, respectivamente).
A entidade considera os vencimentos insuficientes e compara os valores com aqueles pagos por órgãos como o Senado Federal (salário de R$ 6,7 mil para nível médio e de até R$ 10,6 mil para nível superior); Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (remuneração inicial de R$ 8,4 mil para cargo de analista) e Polícia Federal (pagamento inicial de R$ 13,3 mil para cargos como agente, escrivão, papiloscopista, perito e delegado, que exigem nível superior).