A Petrobras e a japonesa Mitsui anunciaram nesta quarta-feira (02/07) que vão produzir 200 milhões de litros de etanol por ano no município de Itarumã, em Goiás. Trata-se do primeiro projeto de produção de etanol pela petroleira estatal, anunciado em um momento de mudanças nas expectativas do setor, que vem de um período de frustração provocado pelos baixos preços do combustível no Brasil. Agora, as projeções são de aumento no volume de exportações, por conta dos altos preços do milho no mercado norte-americano.
A primeira usina de etanol com participação da Petrobras será feita por meio da Participações em Complexos Bioenergéticos S.A. (PCBios), parceria entre a estatal e a Mitsui na tentativa de criar um mercado firme para o álcool brasileiro no exterior. O investimento, que será controlado pela Itarumã Participações, chega a US$ 227 milhões. A unidade terá uma área plantada de 32 mil hectares de cana e usará o bagaço para gerar energia.
A Petrobras tem parceria com a estatal japonesa Nippon Alcohol Banhai para avaliar o mercado local de etanol. A expectativa é que os embarques regulares comecem em 2010, mas até agora há alguma frustração com relação ao acesso aos mercados internacionais. O baixo nível de exportações nos últimos anos jogou para baixo o preço do álcool no mercado interno, levando alguns grupos nacionais a reduzir o ritmo de projetos de expansão.
"Houve uma parada no surgimento de novos projetos", admite o diretor-técnico da União da Agroindústria Canavieira (Unica), Antônio Pádua. Segundo ele, há 90 novas usinas previstas para até 2011, mas especialistas dizem que alguns projetos já foram adiados por conta dos baixos preços nos últimos dois anos. Recentemente, a Açúcar Guarani, por exemplo, condicionou o investimento na expansão da unidade de Tanambi (SP), inaugurada nos mês passado, e a construção de uma destilaria em Pedranópolis (SP) à melhora no mercado.