Jornal Correio Braziliense

Economia

Tesouro dos EUA pede mais poderes para órgãos reguladores financeiros

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O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, disse nesta quarta-feira (2/07) que é preciso expandir os poderes dos órgãos reguladores americanos, para garantir que a quebra de uma instituição fora do setor bancário não ponha em risco todo o sistema financeiro do país. "O panorama financeiro mudou e instituições financeiras fora do setor bancário desempenham um papel significativamente maior", disse Paulson, em um discurso em Londres. "Precisamos considerar amplamente o regime de resoluções à luz dessas mudanças", afirmou."A meu ver, olhando além dos desafios do mercado de hoje, precisamos criar um processo de resolução que garanta que o sistema financeiro pode resistir à quebra de uma empresa financeira complexa (...) Para fazer isso, teremos de dar aos nossos (órgãos) reguladores uma autoridade adicional de emergência para limitar as turbulências financeiras", acrescentou. Reforma A sugestão do secretário é mais um desenvolvimento no plano de reforma do sistema regulatório dos EUA. Em março deste ano, ele havia dito que era preciso uma reforma nas regras da vigilância sobre as empresas especializadas em hipotecas, a fim de evitar que crises como a que ainda atinge tanto o país como os mercados mundiais não se repitam. À época ele disse que a proposta de vigilância mais reforçada não é uma forma de encontrar "desculpas ou bodes-expiatórios" e que seria preciso ainda melhorar as práticas das agências de classificação de risco - criticadas por não realizarem a avaliação do risco de forma mais precisa sobre financiamentos hipotecários mais complexos. No mês passado, Paulson defendeu a idéia de que o governo americano deveria dar ao Federal Reserve (Fed, o banco central americano) mais poderes para regular o sistema financeiro. Paulson disse, no entanto, que é preciso reduzir o risco ao sistema financeiro de modo equilibrado, mantendo a disciplina no mercado; dessa forma, a autoridade dada aos órgãos reguladores seria exercida apenas em um "evento extraordinário que exija a mobilização do Executivo".