A queda do dólar e o aumento no preço de vários produtos em escala mundial ajudaram a impulsionar as importações brasileiras no primeiro semestre de 2008.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a balança comercial registrou um aumento de 51,8% nas importações em relação ao mesmo período de 2007. Esse é o maior percentual de aumento registrado desde o primeiro semestre de 1995, no início do Plano Real, quando as importações quase dobraram ( 92%).
Números da balança com um mês de defasagem (até maio) mostram que cerca de metade desse aumento se deve apenas ao efeito de preços. Isso pode ser visto no caso dos fertilizantes, por exemplo, cujo valor de alguns componentes subiu até 300% em cinco meses. O mesmo ocorreu com o petróleo, que teve uma queda de 9% na quantidade importada e um aumento de 62% no preço.
Exportações
O aumento no preço dos produtos básicos também garantiu, por outro lado, que as exportações continuassem crescendo, mas em um ritmo bem menor que as importações. As vendas do Brasil para o exterior aumentaram 24,8% no semestre (menos da metade do aumento das importações). Foi o melhor resultado desde 2004.
Sem o aumento dos preços internacionais, no entanto, as exportações teriam recuado no ano. Ou seja, o país exportou menos em quantidade, mas com preços maiores. Isso pode ser visto no caso do petróleo, cujas vendas caíram 19% no semestre em quantidade, mas subiram 71% em valores que entraram no país.
A questão dos preços também fez com que os produtos básicos ganhassem mais espaço nas nossas exportações, em detrimento dos produtos industriais. A participação dos básicos subiu de 30,6% para 35,3% das exportações; a dos industrializados caiu de 67,4% para 62%.
Resultado
A balança comercial brasileira fechou os seis primeiros meses do ano com um superávit de US$ 11,37 bilhões. O resultado representa uma queda de 44,3% em relação ao resultado alcançado no mesmo período de 2007, considerando a média diária do comércio exterior brasileiro. O superávit da balança é a diferença entre as exportações e as importações do período.
As exportações alcançaram US$ 90,645 bilhões no semestre, um crescimento de 24,8% na média diária, que foi de US$ 737 milhões. A média diária das importações subiu 51,8% no semestre. Com isso, as compras de importados alcançaram US$ 79,275 bilhões.