Jornal Correio Braziliense

Economia

FGV: aumento dos juros evita inércia inflacionária

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O coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, afirmou nesta sexta-feira (27/06) que o aumento da taxa básica de juros é o melhor remédio para evitar a ocorrência de uma eventual inércia inflacionária de 2008 para 2009. Em entrevista coletiva à imprensa concedida em São Paulo, para comentar os resultados do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) de junho, ele disse que alguns repasses de preços, inclusive com origem no reajuste salarial previsto para o segundo semestre a algumas categorias fortes de trabalhadores do País, podem significar o início do processo de transmissão de inflação para o ano seguinte Em abril, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central retomou a política de aumento de juros para conter a retomada da inflação no País. Depois do primeiro ajuste de 0,50 ponto porcentual, repetiu a dose na reunião que realizou em junho, o que fez a Selic alcançar o nível de 12,25% ao ano. Segundo Quadros, o maior aperto poderá ser sentido em breve na concessão de crédito, um dos fatores que vêm movendo a forte demanda no Brasil Para ele, o ideal para impedir que o movimento de inflação continuasse no próximo ano seria a combinação do aperto da política monetária com o controle fiscal. O problema, segundo o economista, é que na própria divulgação dos resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2008 ficou bastante claro que houve aumento nos gastos do governo Na avaliação do coordenador, o uso da palavra "inércia" para o cenário de perspectivas de inflação para o País ainda não é o mais adequado, pois a possibilidade de transmissão das taxas altas para períodos futuros ainda é algo que se inicia. "A palavra inércia ainda não é a melhor palavra para o momento. A inércia é o que vem com a permanência nessa situação de pressão inflacionária, como se fosse um segundo estágio. Poderíamos dizer que estamos na pré-inércia", comentou Questionado se o período atual poderia lembrar o de 2002, quando as fortes taxas de inflação foram transmitidas para o ano seguinte, Quadros respondeu que, agora, a situação não é tão complexa quanto naquela ocasião. Para ele, a grande vantagem do momento atual é justamente a inflação mais pressionada estar na fase inicial e o BC ainda ter mecanismos para controlá-la