Na semana em que o Banco Central e os analistas financeiros divulgaram estimativas de inflação próxima a 6%, o ministro da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, determinou que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) deixasse de divulgar as projeções trimestrais de inflação. nesta quinta-feira (26/06), o coordenador do Grupo de Análises e Previsões (GAP) do Ipea, Miguel Bruno, tentou minimizar o fato dizendo que agora o órgão vai se dedicar mais à política de desenvolvimento de longo prazo.
Segundo ele, o Ipea não é uma instituição financeira e, por isso, precisa se dedicar a análises de conjuntura, sem ficar preso em projeções de curto prazo. Miguel Bruno explicou ainda que o órgão poderá divulgar revisão das estimativas de inflação quando considerar necessário. A idéia, no entanto, é que a apresentação dos números seja anual. ;Podemos fazer notas técnicas e colocar previsões. A Carta de Conjuntura não foi empobrecida;, informou o coordenador do GAP.
Na Carta de Conjuntura, divulgada ontem, o Ipea elevou a projeção de crescimento econômico para este ano de 4,2% para 5,2% do PIB. Essa melhora do número, que ficou mais próximo dos 5% esperados pelo governo federal, está baseada na continuidade do crescimento do consumo e também na ampliação da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF).
No caso do consumo, a estimativa de crescimento saltou de 5,3% para 5,9%. Já o investimento deve se expandir 14,1% ante 12,4% do documento anterior. Segundo Miguel Bruno, já se verifica uma ligeira desaceleração, que está relacionada com a interrupção da queda dos juros pelo Banco Central (BC) no país.