Jornal Correio Braziliense

Economia

À espera do Fed, bolsas dos EUA têm sessão fraca

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As Bolsas dos Estados Unidos fecharam com resultados mistos nesta segunda-feira (23/06), após uma inesperada recuperação do petróleo e a renovação das incertezas no setor financeiro, às vésperas da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre a taxa de juros do país. O Dow Jones Industrial Average (DJIA) fechou estável, com variação de 0,01%, aos 11.842,36 pontos. O índice de alto componente tecnológico Nasdaq, por sua vez, perdeu 0,85%, fechando a 2.385,74 pontos. O seletivo S 500, que mede o rendimento das 500 principais empresas cotadas em Nova York, subiu 0,01%, 1.318 pontos. Após a reunião de representantes de países produtores e consumidores neste domingo (22/06) na Arábia Saudita, que terminou sem um plano para desacelerar o preço do barril, o petróleo fechou em alta nesta segunda-feira. O barril para entrega em agosto (nova referência), negociado na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), encerrou cotado a US$ 136,74, alta de 1,02%. Durante o dia, o barril chegou a atingir US$ 138,14 (o recorde atual é de US$ 139,89). Com poucos dados que levem a mudanças de posições, os investidores aguardam a decisão do Fed, na quarta-feira. Entre setembro do ano passado e abril deste ano, o banco cortou sua taxa de 5,25% para os atuais 2% ao ano, como parte do esforço do governo dos EUA para evitar que a economia do país caísse em recessão, devido às crises que afetam o país --nos mercados imobiliário, hipotecário e de crédito. No primeiro trimestre, a economia americana cresceu apenas 0,9%, e a expectativa é de um novo resultado fraco para o segundo - o que poderia sinalizar um novo corte na taxa. As pressões inflacionárias, no entanto, voltaram ao centro das preocupações do Fed, e as previsões apontam para a manutenção da taxa, com a possibilidade de um aumento até o fim deste ano. Bunge No mercado financeiro, o grupo norte-americano do setor agrícola Bunge concordou em adquirir a Corn Products International por US$ 4,4 bilhões em ações. O anúncio foi feito nesta segunda-feira. Pelo acordo, a Bunge irá pagar por ação da Corn Products o equivalente a US$ 56 em suas próprias ações --o valor representa um prêmio de 31% sobre o valor final das ações da Corn Products na sexta-feira (US$ 42,90) e 25% sobre a média do preço dos últimos 20 dias. O negócio deve ser aprovado até o fim deste ano. A Bunge também anunciou hoje que elevou sua previsão de lucro por ação para este ano: a expectativa é de um ganho entre US$ 9.35 e US$ 9.65 (contra US$ 7,10 e US$ 7,40 da previsão anterior). A previsão ainda não reflete os efeitos da aquisição da Corn Products. Citigroup Ontem, no entanto, o diário americano "The Wall Street Journal" informou que o gigante americano do setor financeiro Citigroup se prepara para cortar cerca de 10% de sua equipe no setor de investimentos, o que pode chegar a 6.500 demissões. "O Citi havia indicado no começo deste ano que iria redimensionar seus negócios em resposta às condições do mercado e como parte do processo em curso de reengenharia", disse o porta-voz do grupo, Dan Noonan. No fim de abril, o grupo anunciou que decidiu demitir mais 9 mil funcionários para enfrentar dificuldades financeiras. Ainda não havia sido esclarecido se essas demissões iriam se acrescentar às que já haviam sido anunciadas em abril (quando o grupo informou ter registrado uma perda líquida de US$ 5,1 bilhões no primeiro trimestre). À época o Citi havia decidido demitir mais 9.000 funcionários, além dos 4,2 mil anunciados no fim de 2007, para enfrentar suas dificuldades financeiras.