Jornal Correio Braziliense

Economia

Brasil defende biocombustíveis em Jidda

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O Brasil assegurou neste domingo (22/06) que o mundo precisa produzir mais biocombustíveis para atender à gigantesca demanda mundial de energia que provocou uma disparada dos preços do petróleo. "O preço justo deve ser determinado pelo custo da produção de petróleo. Mas os preços são extremamente elevados", disse a jornalistas o ministro da Energia do Brasil, Edson Lobão, durante a reunião de Jidda entre consumidores e produtores do ouro negro. "A primeira solução seria aumentar a produção (de petróleo). A segunda solução seria fazer o que o Brasil já está fazendo: produzir biocombustíveis", disse. Lobão negou que a agressiva aposta do Brasil em favor dos biocombustíveis seja culpada pelos crescentes preços dos alimentos e por uma produção de petróleo menor. "O Brasil nunca promoverá a produção de biocombustíveis se isso prejudicar a produção de alimentos", disse Lobão. "O que provoca o aumento dos preços dos alimentos é o elevado preço do petróleo", acrescentou. O Brasil não utiliza terras aráveis que podem ser destinadas à produção de alimentos para os biocombustíveis, reiterou. O elevado preço dos alimentos "não depende do Brasil", afirmou. "Depende dos países produtores de petróleo porque o preço dos fertilizantes para produzir alimentos é muito elevado. Cabe aos países produtores de petróleo baixar os custos", acrescentou. A produção de biocombustíveis, muitos dos quais têm como matéria-prima produtos alimentícios -milho, cana-de-açúcar, colza- divide o mundo e se tornou um assunto polêmico no atual contexto de alta dos preços mundiais dos cereais e de outros alimentos básicos. O Brasil, que produz etanol a partir da cana-de-açúcar, defende a produção de biocombustíveis em países pobres como fonte de renda, e assegura que esta é perfeitamente compatível com a produção de alimentos.